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Por Rogério Marques, colunista do A10+
Primeiro é preciso entender, como esse país com faixa territorial menor que o Piauí e apenas 1.3 milhão de habitantes se tornou uma das nações mais promissoras da Europa. Até poucos anos atrás a Estônia estava sob o domínio da União Soviética, conquistando a sua independência no ano de 1991, após 52 anos de ocupação.
Após a independência, a Estônia era um país de economia precária e totalmente atrasado em relação aos outros países europeus, e viu na criação de uma infraestrutura tecnológica a oportunidade de um crescimento rápido.
Em 1994 ficou decidido que 1% do PIB arrecadado seria destinado a desenvolvimento e soluções na área de TI. Ali se iniciava um espantoso e rápido período de modernização no país báltico.
Para se ter ideia desse avanço, em 1997 cerca de 97% de todas as escolas no país já possuíam acesso à internet. Um dos pontos altos dessa digitalização passa pela criação do X-Road, que em resumo é um ecossistema para que dados públicos e privados se comuniquem harmonicamente.
Por exemplo, se você sofre um acidente precisa ser levado para o hospital, não importa qual hospital seja, em poucos minutos o médico vai ter acesso a todo seu histórico de saúde, tipo sanguíneo e muito mais informações.
Esse sistema é tão elogiado que outros países no mundo já tem feito parceria com a Estônia para implantação em suas terras.
Digitalizar atos da vida cível e acabar com a burocracia se tornou o maior objetivo do governo estoniano, que em 2007 foi pioneiro na criação de um pleito eleitoral virtual. Isso mesmo, a população pôde votar pela internet. Isso só é possível por que os cidadãos estonianos possuem uma única carteira de identidade digital com assinatura digital certificada.
Com esse documento digital é possível votar, movimenta conta bancária, declarar imposto de renda, fazer matrícula em escolas, emplacar o carro, marcar consulta médica entre outros serviços. Tudo sem precisar sair de casa!
E para o Estado qual a vantagem de tudo isso?
Muitas, mas duas se destacam, que é a economia nas finanças pública com gastos de material e pessoal; e talvez a mais importante que é o fim da corrupção, afinal os negócios públicos são feitos online sem interação de pessoas, e computadores não aceitam propinas.
E a Estônia não parou por aí, em 2014 foi criado o E-residency, que é um sistema digital que permite que qualquer pessoa no mundo possa abrir e administrar um negócio remotamente. Se no Brasil você demora quase um mês para abrir uma empresa, na Estônia você faz isso em 15 minutos.
Fantástico né? Várias empresas abertas no país, significa mais impostos e mais dinheiro caindo na conta.
E são todas essas facilidades, aliadas a boa reputação do governo, que fizeram da Estônia um país queridinho para instalação e desenvolvimento de novas "startups". Skype, Pipedrive, Wise e Bolt, são só alguns nomes de sucesso que nasceram no país, e a previsão é que nos próximos anos muito mais possam surgir.
É nesse cenário favorável de crescimento que o país espera chegar a 50 mil vagas de trabalho nos próximos 10 anos. Todas essas oportunidades, tem atraído não apenas empresas mas também pessoas físicas, principalmente brasileiros, que veem a oportunidade de imigrar para um país europeu com qualidade de vida exemplar.
Não à toa o número de brasileiros no país foi de 250 em 2020, a cerca de 710 em 2023. Por essas qualidades, a Estônia recebe o título de país mais digital do mundo, ficando a frente de grandes potências europeias no quesito, e vislumbra um futuro próximo muito animador, que vale a pena ficarmos de olho.
Fonte: Portal A10+