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A Educação em Cocal dos Alves passa por um momento delicado com mudanças sem planejamento que tem afetado negativamente a vida de alunos e dos seus responsáveis. A denúncia foi trazida à coluna Bastidores pelo pai de crianças que estudam na rede municipal que, para ele, não oferece nenhuma estrutura. Em um dos vídeos encaminhados, os estudantes fazem refeição na própria sala de aula.

“São escolas que não têm sequer refeitório, banheiros, nenhum ambiente de recreação. As crianças passam o dia trancadas numa sala de aula. O almoço é servido na sala de aula”, afirmou o pai que prefere não ser identificado para preservar o filho.

Em outro vídeo enviado pelo denunciante, uma pessoa que parecer ser mãe de aluno, filma o momento da chegada do filho em sua localidade. Este é um outro problema reclamado. As crianças estão sendo levadas para escolas distantes pela manhã e só retornam à noite, uma rotina de 13 horas que põe em risco o próprio ensino-aprendizagem.

“Eles estão transportando todas as crianças dos interiores para escolas em outras localidades, por distâncias de até 30 km a 40 km. Crianças de 6 a 8 anos de idade. As crianças saem de casa antes das 6h da manhã e chegam por volta das 19h. Fizemos um abaixo-assinado e encaminhado para o Promotor com mais de 100 assinaturas de pais que são contra essa modalidade de ensino. Nosso maior indignação é não termos opção de escolas de tempo parcial”, afirmou.

CENSO ESCOLAR 2024

De acordo com dados do Ministério da Educação, Cocal dos Alves só possuía 263 alunos dos anos finais matriculados em tempo integral na rede municipal, todos na zona urbana do município. Na modalidade ensino parcial o total na cidade e zona rural totalizavam 747, assim distribuídos: 121 em creches; 199 na pré-escola; 427 nos anos iniciais. 

A coluna Bastidores tentou confirmar a quantidade de alunos matriculados em 2025, mas não houve respostas por parte da Secretária de Educação de Cocal dos Alves. O denunciante levanta a hipótese de que a mudança brusca pode estar relacionada com o aumento de recursos pagos pelo Governo Federal por aluno matriculado em tempo integral.

“O problema é que a Secretaria de Educação de Cocal dos Alves resolveu em cima da hora colocar o ensino fundamental, séries iniciais, em tempo integral, mas o problema é que as escolas não têm a menor estrutura para receber essa modalidade de ensino. O interesse da gestão é puramente financeiro, não tem nada a ver com melhoria da educação. O recurso para escolas de tempo integral mais que duplica. Ele só está fazendo isso para aumentar a receita da educação”, reclama.

A coluna entrou em contato com a Secretária de Educação de Cocal dos Alves, Gillane Fontenele Cardoso, que é esposa do Prefeito Wodson Vieira (PT), eleito para seu primeiro mandato com apoio do ex-Prefeito, Osmar Vieira (PT). O espaço continua aberto para manifestação posterior.

Fonte: Portal A10+