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A soldada Mayara Kelly Melo Mota, da Polícia Militar do Ceará, vai cumprir dois dias de prisão administrativa em quartel, após ter o recurso negado contra a punição aplicada pelo comando da corporação. A decisão foi publicada no Boletim Geral da PM e está ligada a vídeos que a policial havia postado em suas redes sociais, nos quais aparecia fardada, lavando uma viatura e ensinando técnicas de primeiros socorros, como o uso de torniquete.
Com mais de 47 mil seguidores no Instagram, Mayara usava seu perfil para compartilhar a rotina na corporação e motivar pessoas interessadas em seguir carreira na segurança pública. No entanto, a Polícia Militar entendeu que os vídeos configuravam uso indevido de símbolos institucionais — como viatura e farda — em conteúdos particulares, o que poderia afetar a imagem da instituição. Ao Diário do Nordeste, a PMCE informou que ela já havia sido advertida.

Reprodução
A defesa da policial havia recorrido, alegando que não houve quebra de hierarquia, divulgação de informações sigilosas ou qualquer cunho político ou financeiro nas postagens. O advogado Francisco José Sabino Sá classificou os vídeos como "informativos e motivacionais" e ingressou na Auditoria Militar com uma ação pedindo a anulação da sanção.
Mesmo assim, a punição foi mantida.
Em desabafo publicado nas redes, Mayara agradeceu o apoio que vem recebendo e afirmou que não voltará a expor a carreira na internet. “Fui punida com dois dias de permanência disciplinar. É uma prisão administrativa, fico aquartelada, sem poder ir para casa. É uma sanção grave, nunca pensei em ter na minha ficha”, escreveu.
A policial disse ainda que a decisão a fez repensar o futuro profissional.
“Não haverá mais foto alguma no meu perfil, vou deixar para quem pode e para quem ainda se orgulha da farda que usa. Eu tinha orgulho de onde eu estava e repassava isso para quem sonhava em um dia chegar lá. A partir de hoje, me dedicarei a estudar para conseguir outro trabalho em que eu me sinta valorizada e onde eu possa compartilhar com orgulho o que conquistei com esforço e dedicação.”
A repercussão do caso levantou debate sobre os limites entre liberdade de expressão e disciplina militar, especialmente no uso de redes sociais por integrantes das forças de segurança.
Fonte: Portal A10+