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ESTRATÉGIA

TRE-PI e MP têm estratégia para barrar candidaturas ligadas a facções criminosas nas eleições de 2026

O Desembargador Sebastião Ribeiro Martins confirma alerta da ABIN em relação ao litoral piauiense e citou o caso da vereadora Tatiana Medeiros


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A Justiça Eleitoral do Piauí prepara um plano inédito para combater a infiltração de facções criminosas na política em 2026. O presidente do TRE-PI, Desembargador Sebastião Ribeiro Martins, alerta: "O Tribunal Superior Eleitoral está bastante preocupado com isso". A confirmação vem após investigações da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) que identificaram focos de atuação de organizações criminosas em candidaturas no Norte do estado — região que, embora não esteja em "alerta vermelho", já desperta atenção. Para evitar novos casos, a proposta é intensificar a análise de candidaturas e bloquear registros suspeitos de ligações com organizações criminosas.

“Outra grande preocupação da Justiça Eleitoral é a infiltração das facções no processo eleitoral, nas candidaturas. Isso já ocorreu nas eleições passadas no Ceará, no Rio de Janeiro, em São Paulo, e o Tribunal Superior Eleitoral bastante preocupado com isso. A própria ABIN sinalizou aos TREs onde estava mais frequente a participação dessas facções. Na época o Piauí não estava em alerta vermelho, mas já mostrava uma pequena preocupação no Norte do Estado, região do litoral. E infelizmente nós tivemos também casos, ainda em andamento, ainda não posso me manifestar, o caso da vereadora que está sendo acusada de um crime eleitoral com a ajuda de algumas facções criminosas", destacou o Presidente.

  

TRE-PI e MP têm estratégia para barrar candidaturas ligadas a facções criminosas nas eleições de 2026 Divulgação
   

O exemplo mais emblemático citado por Martins é o caso de uma vereadora de Teresina, eleita em 2024, atualmente afastada do mandato e com processo em fase de julgamento. Trata-se de Tatiana Teixeira Medeiros (PSB), acusada de cometer crimes eleitorais com apoio de facções. A decisão de afastamento foi mantida pelo TRE-PI em outubro de 2025 após habeas corpus, e o processo aguarda julgamento final. "Infelizmente nós tivemos casos", reforçou o presidente, destacando que a legislação prevê tratamento especial para esses processos, com análise de colegiado de três juízes e três promotores.

Para 2026, o plano de ação inclui:

  1. Criação de uma comissão específica para combater propaganda ilegal antecipada;
  2. Análise rigorosa no registro de candidaturas, com atuação reforçada do Ministério Público Eleitoral;
  3. Impedimento de candidatos com vínculos comprovados com facções.

O procurador regional eleitoral, Kelston Lages, já foi acionado para liderar a triagem. O objetivo é barrar a repetição de esquemas como o que teria ocorrido em Teresina — onde, segundo as investigações, facções atuaram na campanha da vereadora através de coerção de votos em comunidades vulneráveis.

A estratégia da Justiça Eleitoral sinaliza uma virada. "Em 2026, será observado em todo o Brasil", concluiu Martins. Resta saber se a Justiça conseguirá frear uma máquina que opera nas sombras — e que, até agora, só aparece na luz dos holofotes quando o estrago já está feito.

CASO DA VEREADORA TATIANA MEDEIROS:

Na semana passada, o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) manteve a prisão domiciliar da vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros (PSB), em uma decisão que reforça o combate à infiltração de facções criminosas na política local. A vereadora, que foi presa em flagrante por suposta ligação com organizações criminosas, teve sua prisão preventiva convertida em domiciliar devido a condições pessoais, mas o tribunal decidiu que ela permanecerá afastada de suas funções até o julgamento final. A decisão reflete a gravidade das acusações e a determinação do TRE-PI em manter a integridade do processo eleitoral.

  

Tatiana Medeiros Reprodução
   

Tatiana Medeiros é acusada de utilizar recursos e influência de facções criminosas para garantir sua eleição, exercendo coerção sobre eleitores em áreas vulneráveis de Teresina. A manutenção da prisão domiciliar pelo TRE-PI visa evitar que a vereadora continue exercendo influência política nefasta e assegurar que o processo eleitoral não seja contaminado por práticas ilícitas. A decisão judicial sublinha a necessidade urgente de medidas preventivas para as eleições de 2026.

Fonte: Portal A10+


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Sobre a coluna

Wesslley Sales

Wesslley Sales

Jornalista, Especialista em Marketing Político, Mídias Sociais e Comunicação Produtor, Apresentador e Repórter na TV Antena10 Radialista e Redator

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