Piauí é o 3º Estado do Brasil que mais resgatou trabalhadores em situação de trabalho escravo - Cidades
RESGATES

Piauí é o 3º Estado do Brasil que mais resgatou trabalhadores em situação de trabalho escravo

Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Trabalho nesta sexta-feira (27)


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O Piauí foi o terceiro Estado do Brasil que em 2022 mais resgatou trabalhadores em situação análoga à escravidão. Foram resgatados 180 trabalhadores no Piauí. Os dados do levantamento feito pelo Ministério Público do Trabalho foram divulgados nesta sexta-feira (27). 

Os outros Estados que ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugar são Minas Gerais com 1070 resgates e Goiás com 271. O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do Piauí, Edno Moura, comentou que o número de resgates foi o segundo maior do Estado desde o início das operações, em 1996, e que os trabalhadores foram resgatados de condições degradantes. 

  

Piauí é o 3º Estado do Brasil que mais resgatou trabalhadores em situação de trabalho escravo Reprodução

   

“Foram situações em que constatamos que os trabalhadores estavam laborando em condições absolutamente degradantes, alojados ao relento ou parcialmente protegidos por lonas plásticas, com redes armadas em árvores ou estacas, sem instalações sanitárias, sem local para refeição, sem alimentação adequada, sem acesso a direitos trabalhistas mínimos, décimo terceiro salário, férias, salário digno e FGTS”, pontuou.

De acordo com os dados do MPT, o número de resgates a nível nacional cresce, em 2022 foram resgatados 2.575 trabalhadores de situações de trabalho escravo, o número só perde para os registrados em2013, onde 2808 trabalhadores foram flagrados em condições degradantes de trabalho.

O procurador Edno Moura, atribuiu o aumento de resgates aos esforços empenhados nas operações realizadas em todo o Brasil. “O MPT têm adotado uma postura firme e atuado em parceria com outras instituições para que neutralizar o trabalho escravo e mudar a realidade desses trabalhadores”, disse.

Ainda de acordo com os dados, em comparação com o ano de 2020, onde foram registrados 44 trabalhadores resgatados, o número de resgates em 2022 é quase quatro vezes maior e três vezes maior que o de 2015, com 56 trabalhadores resgatados. Entre as atividades com maior registro de resgates foram na extração de pedra, limpeza de área para plantio e extração de palha de carnaúba. 

O procurador explicou o que caracteriza uma pessoa em condições de trabalho escravo e destacou que muitas pessoas ainda têm uma visão de que o trabalho escravo só é privar a pessoa de liberdade. Ele frisou que o trabalho escravo não afeta apenas a liberdade do trabalhador, mas também sua dignidade.

"Submeter pessoas a jornadas exaustivas e a condições degradantes de labor configuram trabalho escravo. O trabalho escravo, em suma, agride, não apenas a liberdade do trabalhador, mas, sobretudo, sua dignidade, bem jurídico mais maltratado quando uma pessoa é reduzida a condição de escravo. Por isso, é importante estarmos vigilantes, fazermos as denúncias para eliminarmos a prática e cobrar políticas públicas eficazes que possam dar condições dignas de trabalho às pessoas”, finalizou. 

Denúncias

O Ministério Público do Trabalho disponibiliza canais para denunciar o trabalho escravo. Elas podem ser feitas através do site www.prt22.mp.br ir na aba serviços/requerimento/denúncia, através do e-mail [email protected], por meio do WhatsApp (86) 99544 7488 e também de forma presencial na sede da Procuradoria do Trabalho do Piauí. 

As denúncias podem ser feitas de forma anônima, sem a identificação do denunciante. 

Fonte: Portal A10+


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