📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.
A comunidade quilombola Olho d’Água dos Negros, na zona rural de Esperantina, será beneficiada com a construção de 5 mil metros quadrados de calçamento, obra aguardada há anos pelos moradores. O objetivo é garantir acesso adequado ao casarão histórico que funciona como principal referência cultural do território, onde vivem cerca de 125 famílias.
O casarão é utilizado para apresentações culturais, encontros comunitários e ações educativas, mas a falta de infraestrutura dificultava o deslocamento de moradores e visitantes, especialmente em períodos de chuva. Com o novo calçamento, a expectativa é de que o espaço se torne mais acessível e fortalecido como ponto de turismo cultural.

O anúncio da obra foi feito durante atividades realizadas no próprio casarão, e a confirmação da execução ocorreu após diálogo com o Governo do Estado. Moradores receberam a notícia com entusiasmo, enxergando na iniciativa um avanço importante para valorizar o patrimônio histórico da comunidade.
A nova infraestrutura deve facilitar a realização de eventos, ampliar o fluxo de visitantes e reforçar o papel do casarão como “guardião da história” do povo quilombola local.
De símbolo da escravidão à preservação da identidade
Construído em 1847, a 189 km de Teresina, o casarão foi tombado como Patrimônio Cultural do Piauí pela Resolução nº 9.311, de 23 de março de 1995, da Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC). Originalmente utilizado durante o período da escravidão, o espaço foi ressignificado pela comunidade, tornando-se um museu e centro cultural voltado à preservação da memória negra.
Apesar de carregar marcas de um passado doloroso, o casarão se transformou em espaço de resistência. A ocupação e utilização do local pelos descendentes de escravizados representam um ato de ressignificação e fortalecimento da identidade quilombola, garantindo que a história seja contada por quem dela faz parte.
“Este é o palco principal das atividades dos moradores, como o grupo afro cultural Iluaiê, composto por crianças e jovens de 5 a 16 anos, que utilizam arte, dança e manifestações tradicionais para manter viva a ancestralidade”, destaca o deputado Limma.
Museu preserva acervo cultural e religioso
O museu instalado no casarão abriga peças artesanais fabricadas pela própria comunidade, elementos tradicionais da cultura quilombola, além de artigos religiosos, como imagens de santos e oratórios. Nas paredes, fotografias e pinturas de personagens marcantes para a memória local, além de trabalhos de artistas piauienses, reforçam o elo entre passado, arte e identidade.
Fonte: Portal A10+