Projeto da UFPI mapeia ecossistema de inovação para desenvolvimento econômico e sustentável no sul do Piauí - Geral
MEIO AMBIENTE

Projeto da UFPI mapeia ecossistema de inovação para desenvolvimento econômico e sustentável no sul do Piauí

O principal objetivo foi traçar um panorama socioambiental e socioeconômico da região


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O projeto “Diagnóstico de Ecossistema de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável e Segurança Hídrica no Sul do Piauí”, do campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em Bom Jesus, realizou um mapeamento um extenso levantamento socioambiental e socioeconômico de cinco municípios da região Sul do Piauí, situados no território da Chapada das Mangabeiras. Com um orçamento de R$ 265 mil do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e R$ 98 mil da UFPI, o estudo abordou temas como desertificação, impactos sobre comunidades tradicionais, qualidade do solo e recursos hídricos, além de propor soluções sustentáveis. 

O estudo foi realizado nas cidades de Corrente, Riacho Frio, São Gonçalo do Gurguéia, Barreiras do Piauí e Gilbués e foi coordenado pelo professor David Borges, do Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE). As pesquisas, iniciadas em outubro de 2023, foram compiladas em um documento publicado em novembro de 2024, com os resultados finais disponíveis em plataformas on-line.

  

Projeto da UFPI mapeia ecossistema de inovação para desenvolvimento econômico e sustentável no sul do Piauí
Divulgação
   

O projeto contou com uma equipe multidisciplinar composta por sete professores, sete estudantes de graduação, dois doutorandos e um doutor egresso do campus. O principal objetivo foi traçar um panorama socioambiental e socioeconômico da região, identificando desafios e propondo soluções sustentáveis para atender às necessidades locais. 

O relatório final enfatiza a necessidade urgente de ações para a recuperação das matas ciliares e a contenção do assoreamento dos cursos d'água locais, que enfrentam uma grave degradação. Além disso, um levantamento inédito identificou 19 espécies endêmicas de peixes, algumas com potencial para consumo e fins comerciais.

Na área socioeconômica, o estudo revelou que a produção agrícola da região está subnotificada, apontando a urgência de políticas públicas para regularização fundiária, acesso a crédito a juros baixos, incentivo a sistemas agroflorestais, melhorias na logística de transporte, investimentos em infraestrutura para o escoamento da produção agrícola, capacitação técnica e acompanhamento contínuo das políticas públicas implementadas.

  

O principal objetivo foi traçar um panorama socioambiental e socioeconômico da região
Divulgação
   

Entre as dificuldades encontradas, destacou-se a dificuldade em compilar dados precisos devido à subnotificação agrícola, especialmente entre pequenos agricultores. Segundo o coordenador, “a produção real de alimentos na região é maior do que se imagina, mas não é declarada oficialmente, o que prejudica o planejamento de políticas públicas.”

Os resultados também foram sintetizados em um policy brief, um documento voltado a gestores públicos que orienta a implementação de políticas sustentáveis. De acordo com o professor Borges, com a aplicação das tecnologias sociais e políticas sugeridas, seria possível elevar os índices de desenvolvimento humano (IDH) da região. “Melhorar o manejo do solo, preservar as nascentes e investir em sistemas de captação de água da chuva são medidas que podem transformar a realidade local. Além disso, o combate à desertificação e a promoção de quintais produtivos possibilitam segurança alimentar e geração de renda para as comunidades”, afirmou o professor David Borges.

Além do trabalho técnico, o projeto também promoveu a educação ambiental entre estudantes do ensino médio dos cinco municípios, capacitando 25 jovens como agentes ambientais. Esses estudantes receberam bolsas para disseminar práticas sustentáveis e colaborar com a preservação dos recursos naturais.

Fonte: Portal A10+


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