Depois de audiência com especialistas, entenda próximos passos sobre discussão da Meta no Brasil - Justiça
REGULAMENTAÇÃO DAS REDES

Depois de audiência com especialistas, entenda próximos passos sobre discussão da Meta no Brasil

Informações sobre desinformação nas plataformas digitais serão enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional


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O tema da regulamentação das redes sociais no Brasil ainda terá alguns capítulos pela frente. A AGU (Advocacia-Geral da União) informou que os resultados da audiência pública da quarta-feira (22) sobre o enfrentamento à desinformação, e a promoção e proteção de direitos fundamentais nas plataformas digitais serão enviados ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional.

O STF tem a expectativa de retomar, ainda no primeiro semestre de 2025, o julgamento sobre a responsabilização das redes sociais no Brasil pelos conteúdos publicados. Além do julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, os ministros analisam a responsabilidade de provedores de aplicativos ou de ferramentas de internet pelo conteúdo gerado pelos usuários e a possibilidade de remoção de conteúdos.

  
AGU vai enviar ao STF e Congresso informações sobre redes sociais
Reprodução/RECORD NEWS
 
 
 

A audiência ocorreu após mudanças anunciadas pela Meta nas políticas de checagens. A empresa foi convidada a enviar um representante ao encontro, o que não ocorreu. A big tech pode, entretanto, enviar informações sobre o assunto até esta sexta-feira (24).

O objetivo do encontro é debater os eventuais impactos no Brasil da decisão da Meta, assim como outras políticas que serão implementadas pela empresa fora do país. Recentemente, o empresário Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, anunciou novas diretrizes, como o encerramento da checagem de fatos e a liberação de conteúdos preconceituosos.

No evento, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que a “grande preocupação” do governo é que a segurança não fique apenas nas vias presenciais, mas seja estendida nas vias digitais. “Não podemos desconhecer que as mudanças implementadas, algumas sabemos e outras não, afetam a vida de milhões de brasileiros”, afirmou.

Posicionamentos

Trinta e quatro especialistas e representantes da sociedade civil participaram da audiência pública. Foram abordadas a falta de moderação adequada nas plataformas digitais, além da introdução da Inteligência Artificial, que trouxe soluções, mas também impôs novos desafios para a atuação das plataformas.

Especialistas também falaram sobre circulação de discurso de ódio e discriminação e que as redes sociais desempenham um papel crucial na informação.

Mudanças na Meta

Em 7 de janeiro, o empresário Mark Zuckerberg anunciou as mudanças na forma como Meta trata os conteúdos postados em suas redes sociais. As alterações previstas para as plataformas passam por novas políticas ligadas à checagem de fatos e flexibilizam a moderação de conteúdo. Nem todas as regras serão aplicadas no Brasil, conforme reiterou a Meta, mas são novas diretrizes que, segundo especialistas, podem trazer riscos ao espaço digital.

Zuckerberg deseja inserir nas plataformas as “notas da comunidade”, a exemplo de como é feito no X. Hoje, agências e empresas de checagem fazem a análise de informações publicadas nas plataformas. O executivo também informou que Facebook, Instagram e Threads vão voltar a permitir a recomendação de conteúdos relacionados a temas políticos. O CEO destacou ainda que as alterações vão entrar em vigor gradualmente.

O serviço de checagem de fatos ocorre desde 2016, sendo feito por jornalistas e especialistas em cerca de 115 países. O processo apura se a informação que circula na plataforma é verdadeira ou falsa e oferece a contextualização ao usuário.

Em seguida, a Meta liberou a possibilidade de ofensas preconceituosas nas plataformas. Partes do documento da companhia norte-americana permitem que se faça no Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads — desde que de “forma satírica” — a livre associação de homossexuais e transgêneros a termos como “esquisitos”. Esse trecho aparece na versão brasileira também.

Diante do cenário, o governo acionou a Meta para saber se as mudanças seriam adotadas no Brasil. Em resposta, a empresa informou que as alterações visam “diminuir o exagero na aplicação de nossas políticas e reduzir erros”, e que alterações ligadas à moderação de conteúdos ficarão por ora restritas aos Estados Unidos — sem modificar a forma de funcionamento no Brasil.

Fonte: R7


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