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O desembargador Sebastião Ribeiro Martins, do Tribunal de Justiça do Piauí, negou o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Leonardo Araújo Meira. O estudante de enfermagem está preso desde maio após ser flagrado com tabletes de cocaína avaliados em R$ 3,5 milhões em Teresina. No depoimento, o estudante afirmou que realizava entregas de drogas entre cidades do Maranhão e que devia cerca de R$ 4 mil para traficantes.
Conforme o documento obtido pelo A10+, a defesa de Leonardo apresentou diversos argumentos para tentar conseguir a soltura do estudante. Eles alegaram que a decisão de mantê-lo preso não tinha justificativas concretas e válidas e que outras medidas menos severas que a prisão poderiam ser aplicadas.
Entretanto, o magistrado justificou a manutenção da prisão de Leonardo pela necessidade de resguardar a ordem pública, dada a gravidade da conduta delituosa. Essa gravidade foi evidenciada pela forma como o crime teria sido cometido, pela expressiva quantidade e tipo da droga apreendida, e pelos indícios de que Leonardo estaria envolvido habitualmente com o tráfico.
"Ademais, consignou-se na decisão que já era de conhecimento da equipe de investigação a constante realização de viagens por parte de Leonardo Araújo, com o veículo Fiat Pulse, com o objetivo de transportar entorpecentes do Estado do Maranhão para o Piauí", diz o desembargador em decisão.
Ao final da análise, Sebastião atestou que não encontrou irregularidades que pudessem levar à soltura do estudante e negou o pedido da defesa. O processo contra Leonardo seguirá para as próximas etapas.
Dívida de R$ 4 mil, distribuição das drogas e orientações de traficantes
O estudante de enfermagem, Leonardo Araújo Meira, 29 anos, preso durante operação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) com R$ 3,5 milhões em tabletes de cocaína, revelou detalhes sobre o envolvimento com o tráfico de drogas. Ele passou por oitiva em 29 de maio. Em depoimento, ele revelou uma dívida de R$ 4 mil com traficantes e orientações que recebia do grupo para a entrega dos entorpecentes.
Durante o interrogatório, o homem afirmou que saiu de Imperatriz, no Maranhão, pela manhã e estava a caminho de Timon, onde esperava receber instruções por WhatsApp sobre onde deixar a carga. O suspeito relatou que nunca teve contato direto com o mandante das operações, apenas se comunicava por mensagens e era orientado a aguardar em locais públicos para receber ou entregar os entorpecentes.
O enfermeiro explicou que começou a fazer as viagens há quatro meses, motivado por uma dívida com traficantes. Somente no Maranhão, ele afirma ter feito quatro entregas. O jovem é estudante de Enfermagem, mas trabalha como motorista de aplicativo para complementar a renda. Ele disse ainda que usava seu carro, registrado em nome do pai, nas viagens para transportar as drogas.
“Eu estava devendo R$ 4 mil. Esses R$ 3 mil iam diminuir e ia ficar só mil. Posteriormente eu faria algo pra pagar os mil ou pagaria com o meu dinheiro mesmo de Uber. O dono [da droga], eu nunca via pessoalmente, ele só falava comigo pelo WhatsApp e mandava outras pessoas virem ao meu encontro”, contou.
Fonte: Portal A10+