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A tarifa de 50% para exportação de produtos brasileiros para os Estados Unidos, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, isolou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro dentro do Congresso Nacional.
Enquanto parlamentares aliados ao governo Lula e representantes do centro criticaram a taxação e defenderam medidas para reverter o aumento, parlamentares próximos a Bolsonaro adotaram um discurso centrado na responsabilização do Planalto.

Segundo eles, o aumento seria consequência de uma suposta má condução política das relações com os Estados Unidos, por parte do Executivo. Deputados e o próprio PL também sugerem que a resolução do impasse cabe exclusivamente ao governo federal.
A perspectiva divergiu de nomes ligados ao centro político que, por outro lado, veem o tema como uma questão nacional e defendem esforços coordenados para minimizar os impactos nos setores atingidos.
Segundo apurou o R7, essa linha de pensamento tem sido reforçada por nomes próximos ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Essas figuras políticas destacam a necessidade de ações em conjunto ao governo para evitar prejuízos a setores e à economia.
A avaliação, conforme relata um líder de centro sob reserva, é de que o impacto alcança todo o país, e não deve ser tratado como disputas ideológicas.
Agronegócio
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também se posicionou contra a taxação, alertando para os efeitos da tarifa sobre o câmbio, o custo de insumos importados e a competitividade do agronegócio brasileiro.
Representantes do setor defendem que o Brasil intensifique o diálogo diplomático com os Estados Unidos, com cautela, mas com posição firme contra o aumento de 50% apontado pelos Estados Unidos. “A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”, diz trecho de nota da FPA.
Posição do Congresso
A cúpula do Congresso também defendeu que a resposta ao cenário deve ser centrada a nível diplomático e comercial, mas relembrou a possibilidade de resposta recíproca, conforme prevê uma proposta aprovada recentemente pelo Congresso.
Em posicionamento, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disseram estar prontos para agir com “equilíbrio e firmeza” na defesa da economia brasileira.
Duas propostas com pedido para que o Congresso emita uma moção de repúdio também foram apresentadas por partidos políticos. Uma das solicitações foi indicada pelo PT e outra pelo PDT.
Os dois textos defendem a soberania nacional e propõem textos de repúdio às tarifas de Trump. As propostas ainda não chegaram a um consenso entre lideranças dentro da Câmara, mas foram formalizadas e podem ser votadas futuramente.
Entenda a crise entre Brasil e EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu iniciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.
A previsão é de que a medida passe a valer em 1º de agosto. O movimento veio em meio ao confronto entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Adversários ideológicos, os dois chefes de Estado reacenderam a tensão após recentes episódios envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do Brics, realizada no Brasil.
Na quarta-feira (9), Trump enviou uma carta a Lula informando a medida. Segundo o presidente norte-americano, trata-se de resposta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas dos Estados Unidos e ao tratamento dado a Bolsonaro.
Fonte: R7