📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.
A Polícia Federal, no Piauí, deu detalhes da Operação Aldrabão deflagrada na manhã desta quinta-feira (04). O alvo principal se trata de um homem investigado por se passar por um delegado da corporação e aplicar golpes por meio de aplicativo de mensagens.
O delegado Eduardo Monteiro explicou que o indivíduo abordava pessoas aleatórias de vários estados, usando como imagem do perfil a foto de um delegado do Piauí, e exigia a quantia de pelo menos R$ 5 mil, de cada, para que não vinculasse às vítimas a processos por crimes de pedofilia. Ele fazia chantagens e conseguiu roubar pelo menos 3 pessoas de Minas Gerais e do Piauí.
FREEPIK
"A investigação revelou que eles se utilizavam de uma fotografia de um delegado de Polícia Federal daqui do estado do Piauí para executar estelionato. Eles chantageavam as pessoas ameaçando incriminá-las por pedofilia em diversos estados da federação. A partir da investigação, a gente localizou os suspeitos, agora a gente vai focar na análise do material apreendido para ver as próximas fases", afirmou.
O delegado ressaltou que nenhuma das vítimas abordadas pelo indivíduo teria envolvimento com o crime de pedofilia. "Apenas ficaram com receio do contato de um delegado de Polícia Federal com o nome da instituição no WhatsApp, no contato, passando credibilidade que era da Polícia Federal, sentiram-se coagidas e cederam à pressão", explicou.
Nas próximas diligências, a Polícia Federal busca identificar mais pessoas envolvidas nos crimes e também a dimensão da quantidades de vítimas. O delegado detalhou que ele chegou a tentar destruir o aparelho celular usado no crime. A esposa dele também foi localizada na residência onde foram realizadas as buscas.
"Vamos aprofundar para saber a extensão dos danos praticados por ele. Vamos ficar monitorando a situação, verificar se vai permanecer a prática delitiva, se permanecer, a gente vai solicitar novas medidas. O celular, a princípio, ele tentou destruir o aparelho, escondeu ali no ralo do banheiro, mas a equipe conseguiu localizar. A esposa dele também tinha uma empresa em que eles utilizavam endereço então a gente ainda vai certificar exatamente qual o grau de participação dela ou não", disse.
Divulgação
O delegado explicou que a investigação iniciou há duas semanas. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Novo Hamburgo/RS, em endereços ligados ao principal suspeito, expedidos pela Justiça Federal do Piauí, após parecer favorável do Ministério Público Federal. O indivíduo está em prisão domiciliar respondendo por crime de tráfico de drogas e organização criminosa. Segundo Eduardo, foi solicitada a prisão dele no sistema penitenciário, mas a Justiça entendeu que a medida domiciliar já seria o suficiente.
"Ele já foi preso por tráfico de drogas, responde por organização criminosa e também está em prisão domiciliar. Foi solicitada a prisão temporária, no entanto, o juiz entendeu que a prisão domiciliar já surtiu o efeito necessário. Mas a gente vai ainda aprofundar a investigação e, eventualmente, solicitar uma nova medida cautelar", explicou.
O delegado ainda revelou que as contas onde era depositado o dinheiro do golpe eram de pessoas que, aparentemente, não tinham conexão com ele. Ele usava estabelecimentos comerciais de fachada para ocultar atividades ilícitas e manter contato com vítimas.
"As contas em que eram depositadas o dinheiro das vítimas eram contas de pessoas desconexas a ele, que, aparentemente, não tinham nenhuma relação e é esse detalhe que a gente vai aprofundar", concluiu.
Fonte: Portal A10+