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Uma nova atividade criminosa denominada pela polícia como “golpe das novinhas” está sendo registrado em todo o país e alguns casos já foram contabilizados no Piauí. Os registros, entretanto, são subnotificados, porque segundo a Polícia Civil, as vítimas têm vergonha de denunciar o ocorrido às autoridades.
O titular do 13º Distrito Policial da Polícia Civil do Piauí, delegado Odilo Sena, explicou ao A10+ que o crime consiste em extorquir as vítimas em troca de dinheiro. Muitas vezes as vítimas são ameaçadas de terem fotos e conversas expostas.
Como acontece
Segundo o delegado, o crime começa quando os golpistas encontram as vítimas através de redes sociais ou aplicativos de relacionamento. O criminoso começa a dialogar com a vítima, que em sua maioria são homens entre 20 e 60 anos, e iniciam conversas com teor adulto.
Odilo explicou ao A10+ que a conversa se estende por alguns dias e depois uma terceira pessoa entra em contato com a vítima. Segundo ele o criminoso relata que a vítima na verdade estava conversando com uma pessoa menor de idade e que ele seria pai dessa adolescente.
“Às vezes a pessoa está procurando pessoas em Facebook, em Tinder e começam uma conversa. São enviadas fotos picantes, fotos onde a pessoa está nua através do WhatsApp. A conversa continua e no dia seguinte uma pessoa entra em contato dizendo é pai do adolescente que ele estava conversando, dizendo que a vida da família foi destruída e que vai mandar prender o homem. Muitas vezes a vítima não tem consciência que estava tratando com adolescente, e a partir que descobre que era, a vítima se desespera”, explicou ao A10+.
Essas vítimas, dias depois, recebem uma outra ligação, que dessa vez seria de um falso policial, afirmando que não denunciaria o caso em troca de dinheiro para tratamento do ‘adolescente traumatizado’. De acordo com Odilo, policiais, auditores fiscais e empresários piauienses já relataram terem caído no golpe.
Casos no Piauí
O delegado contou ao A10+ que empresários, policiais e auditores fiscais o procuraram para comentar sobre o caso e pedir ajuda. Odilo informou que alertou que esse seria um golpe e deu maiores informações para que as vítimas não enviassem mais dinheiro.
Segundo o delegado, um empresário da capital chegou a enviar cerca de R$ 30 mil para um grupo de golpistas. Outras vítimas enviaram quantias entre R$ 1500 e R$ 9000. Odilo contou ainda que as vítimas são extorquidas de acordo com a condição financeira exposta nas redes sociais e que por isso é necessário proteger suas informações.
Informações sobre os golpistas
O delegado relatou que já foi investigado que muito desses criminosos são dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. “Dependendo da situação essas pessoas podem responder por extorsão, estelionato, na Lei Carolina Dieckmann. Se tiver mais de quatro pessoas envolvidas é tratado como organização criminosa. Se forem 3 pessoas ou menos é associação criminosa”, explicou.
Fonte: Portal A10+
