Namorada de Lucas Vinícius é intimada para prestar novo depoimento no DHPP - Polícia
EM TERESINA

Namorada de Lucas Vinícius é intimada para prestar novo depoimento no DHPP

Jovem está desaparecido há quase 11 meses; família não acredita na versão de namorada


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(Atualizada às 12h)

A TV Antena 10 e o A10+ apuraram em 1ª mão que Maria Gabriela Soares Vasconcelos, namorada do estudante de Direito, Lucas Vinícius, foi intimada para prestar um novo depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O jovem está desaparecido há quase 11 meses.

A namorada sustenta que o jovem se jogou de uma ponte após voltar de uma festa na madrugada do dia 24 de abril em Teresina. A família de Lucas Vinícius não acredita na versão. Uma amiga de Gabriela também foi intimada para prestar depoimento acerca do caso. 

  

Namorada de Lucas Vinícius é intimada para prestar novo depoimento no DHPP
Reprodução

   

Ana Lúcia, mãe de Lucas Vinícius, afirmou em entrevista à TV Antena 10 que existem diversas contradições apontadas até o momento pela polícia acerca do caso. Segundo ela, essas contradições podem estar sendo motivadas pela suposta influência que a mãe de Gabriela Vasconcelos, namorada de Lucas, teria. 

Sem apresentar provas, a dona de casa citou que a mãe de Gabriela é bem relacionada no estado e que isso, segundo a família de Lucas, poderia - de alguma forma - influenciar nas investigações do caso.

  

Ana Lúcia, mãe de Lucas Vinícius
TV Antena 10

   

“Desde o princípio a mãe da ex-namorada do Lucas deixou bem claro que ela é bastante influente aqui na cidade. Ela citava nomes de políticos que ela tinha conhecimento no DHPP, conhecimento no IML, ela citava nomes de pessoas no Corpo de Bombeiros, as partes públicas, e dizia que nós não sabíamos com quem estávamos mexendo. Existem várias contradições de horários, localizações. Eu estou crente que logo esse caso seja elucidado. Eu venho pedir justiça. O estado do Piauí me deve resposta", disse Ana Lúcia.

Defesa da namorada

À TV Antena 10, a defesa de Gabriela Vasconcelos informou que só irá se pronunciar sobre o caso ao final do inquérito. "Estamos aguardando a finalização do inquérito, só após isso iremos nos manifestar", disse.

Delegado rebate declaração da mãe e diz que não há interferência de familiares de namorada 

O delegado Barêtta, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), rebateu as acusações feitas pela mãe de Lucas, Ana Lúcia, de que a família da namorada do filho estaria interferindo nas investigações. Ele pede ainda que caso haja provas sobre essa interferência, que seja encaminhada à delegacia para apuração.

  

Delegado Francisco Costa, o Barêtta
Thracy Oliveira / TV Antena 10

   

Sem apresentar provas, a mãe de Lucas relatou à TV Antena 10 que a família de Gabriela estaria, segundo ela, interferindo no caso. Barêtta afirmou que a polícia segue firme nas diligências e principalmente, na tentativa de elucidar o caso.

“Eu acredito que a delegada está buscando uma solução satisfatória não só pela família, mas para sociedade. Eu nunca recebi um documento por escrito dizendo que há uma falha técnica pela autoridade policial, que a autoridade deixou de fazer alguma diligência, ou alguma requisição pericial para que não fosse resolvido o problema. Outra coisa, aqui quando a gente investiga uma pessoa não nos preocupamos com condição social de quem quer que seja. Eu sou delegado de polícia, não sou delegado de política. Agora eu preciso que tenha alguém que diga - olha aconteceu o inquérito policial ele não está ocorrendo dentro do tramites técnicos legais. Agora os detalhes precisam estar colocados, devidamente materializados, encaminhados para mim, para o secretário de segurança, o corregedor, no sentido que sejam tomadas providências. Agora eu não posso seguir ilações. A Polícia Civil trabalha com técnicas de investigações”, disse o delegado à TV Antena 10. 

Perito cita contradições na versão de namorada

O perito Ricardo Rezende comentou em entrevista à TV Antena 10 que os investigadores estão trabalhando com duas hipóteses: a que ele tenha pulado e a de que o jovem tenha sido empurrado. Ele destacou que existem contradições na versão apresentada pela namorada, Gabriela Vasconcelos.

"A gente levantou bastante informação que está tendo desencontro. Conseguimos levantar algumas coisas para o DHPP, Ministério Público e também estamos aqui para cobrar essa resposta [cadê Lucas]. Tem essa hipótese dele ter pulado ou ele ter sido empurrado, a gente trabalha hoje com 50% de cada. Até que prove o contrário a gente tem que ter todas essas provas e estamos começando a apresentar para as autoridades pra eles terem o fundamento", comentou.

  

Perito diz que há contradições na versão apresentada pela namorada do jovem
TV Antena 10

   

De acordo com o perito, um dos pontos que corroboram para essa contradição que o corpo estaria no rio é que os restos mortais não foram encontrados até hoje, quase 11 meses depois.

"Um profissional do Corpo de Bombeiros relatou que, em 32 anos trabalhando aqui, todos os corpos foram encontrados pela equipe. O que causa estranheza seria o do Lucas automaticamente não ter achado até agora. Sendo que o rio deu uma baixada, teve os mergulhadores e também dentro desse próprio rio existe bancos de areia", explanou.

O perito também destacou que solicitou uma nova análise de DNA do corpo encontrado carbonizado no Assentamento Emiliano Batata. A família aguarda decisão da justiça do Piauí para poder levar uma amostra para São Paulo. Dois testes foram realizados pelo Instituto Médico legal e o laudo deu negativo. A família suspeita que os restos mortais podem ser do estudante de Direito.

Início do caso

Segundo a namorada do estudante, Gabriela Vasconcelos, ambos retornavam de uma festa na madrugada do dia 24 de abril de 2022 quando o jovem quis parar o carro na Ponte Juscelino Kubistchek. Ele se aproximou da mureta da ponte e teria se jogado no rio Poti. Gabriela chamou os bombeiros que iniciaram as buscas pelo estudante, que ainda hoje não foi encontrado.

A namorada do jovem transferiu a quantia de R$ 3,5 mil da conta do estudante para sua conta pessoal. De acordo com o documento que o A10+ e a TV Antena 10 obtiveram acesso com exclusividade, o pix foi realizado no dia 24 de abril às 14h27min, horas após Gabriela Vasconcelos ter afirmado que Lucas havia se jogado no rio Poti. 

  

Lucas Vinícius está desaparecido há quase 11 meses em Teresina
Reprodução

   

O advogado Wyttalo Veras, que representa Gabriela Vasconcelos, procurou o A10+ e relatou que a transferência de R$ 3,5 mil foi autorizada pela família de Lucas Vinícius. Segundo ele, o dinheiro seria para pagar um cartão de Gabriela, mas que era usado pelo estudante de Direito.

A defesa afirmou que a quantia seria para pagar um cartão na segunda-feira (25), um dia depois do desaparecimento de Lucas. Wyttalo Veras informou que a família do jovem chegou ao Piauí ainda no domingo (24) e que, segundo ele, teria conhecimento dessa transferência. Em print, o advogado relatou que os pais de Lucas chegaram em Teresina por volta das 12h30 e que do aeroporto foram para casa dos pais de Gabriela.

Antônio Moisés e Ana Lúcia, pais de Lucas Vinícius que residem em São Paulo, vieram para Teresina para acompanhar as buscas pelo filho. Eles se pronunciaram pela primeira vez no dia 10 de maio.

Corpo carbonizado

Um corpo foi encontrado carbonizado no Assentamento Emiliano Batata, próximo ao Rodoanel, zona rural Sudeste de Teresina, no dia 30 de abril, seis dias após o desaparecimento de Lucas. Houve a suspeita de que os restos mortais encontrados poderiam ser de Lucas, mas no dia 20 de junho o Instituto de Medicina Legal (IML) emitiu um laudo negando a suspeita

Antônio Moisés e Ana Lúcia se pronunciaram no dia 02 de julho, pedindo que um novo exame no corpo carbonizado fosse feito por desacreditarem do resultado.

Fonte: Portal A10+


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