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(Atualizada às 11h12)
Os três policiais militares do Maranhão, suspeitos de efetuar vários disparos contra um um veículo durante uma abordagem ocorrida no mês de agosto, no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina, foram indiciados pelo crime de tentativa de homicídio. Na ocasião, uma criança de 12 anos, irmã da cantora Aline Conrado, foi baleada durante a ação.
Os policiais estavam em busca dos suspeitos de matar Francisco de Carvalho Júnior, sargento da PM de Timon (MA), no dia 25 de agosto. O delegado Bruno Ursulino, do DHPP, relatou à TV Antena 10, nesta quarta-feira (01), que somente um dos suspeitos assumiu a culpa ao se identificar como autor dos disparos, mas todos devem responder pelo crime.
"Os demais policiais são coautores da tentativa de homicídio, a partir do momento em que se encontram no apoio logístico, no qual um deles dirigia a viatura e o outro auxiliava a abordagem. Eles utilizaram uma forma equivocada de abordar o veículo no momento em que decidiram atirar contra o carro. Felizmente, essa ação desastrosa não resultou na morte de uma família inteira", afirmou.
O pai e a mãe da criança atingida pelo tiro também estavam dentro do automóvel. Ao todo, os policiais efetuaram oito disparos, o que resultou em 24 perfurações no veículo.
"Isso comprova que eles agiram com dolo eventual e a perícia mostrou que o carro foi atingido na roda, no porta-malas e até mesmo no teto. O policial que assumiu a autoria relatou que os pneus eram seu alvo, mas ele usou um fuzil 556 e, diante da distribuição dos disparos, concluímos que não havia uma posição de disparos e, mesmo assim, ele atirou. Isso caracteriza o dolo eventual", disse o delegado.
A criança que foi baleada recebeu alta no dia 5 de setembro. Sérgio Conrado, pai da menina de 12 anos, postou uma foto da menina na saída da unidade médica e um vídeo da chegada da jovem em casa. "Só gratidão meu Deus! Nossa princesa está de volta", escreveu.
Bruno Ursulino também destacou que os suspeitos não se evadiram do local e, ao perceberem a abordagem equivocada, aguardaram a chegada do socorro para o atendimento da criança. Além disso, os policiais, segundo o delegado, estavam de serviço no momento do crime. A família da vítima informou que os militares estavam à paisana no momento da abordagem, ou seja, sem identificação.
"Eles não estavam agindo de forma aleatória e isso foi comprovado pela nossa equipe. Eles estavam escalados para fazer essa busca pelo suspeito de matar o sargento Carvalho. Nós lamentamos pela escolha que eles fizeram ao abordar a família", pontuou.
Contradições
Segundo o delegado, algumas contradições foram constatadas durante o recolhimento de depoimentos das vítimas e suspeitos.
"Foi relatado no boletim de ocorrência que o motorista teria jogado o carro contra a guarnição, mas as imagens que colhemos não mostra isso. Tanto que, quando analisamos as imagens e a perícia, todos os disparos atingiram a parte traseira do veículo. Também foi dito que carro havia ultrapassado vários sinais vermelhos. Isso foi verificado e também não foi comprovado", frisou.
Fonte: Portal A10+