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O vice-presidente Geraldo Alckmin voltou a criticar nesta terça-feira (15) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todos os produtos brasileiros comprados pelos EUA. Em reunião com representantes do agronegócio, Alckmin, que também é ministro do MDIC (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), reforçou que o objetivo do governo é reverter a taxa imposta por Trump — que começa a valer a partir de 1º de agosto.
“Em relação à questão tarifária, entendemos que é equivocada [a decisão de Trump]. O Brasil tem déficit na balança comercial com os EUA — aliás, os EUA têm superavit há 15 anos. Então, não tem o menor sentido, é uma tarifa totalmente despropositada“, declarou.
A fala foi feita na parte inicial da reunião do comitê criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a taxa imposta por Trump. Os encontros do grupo, que reúne representantes do governo e empresários brasileiros, começaram nesta terça.
Pela manhã, Alckmin, que comanda o comitê, esteve com os setores industriais com maior fluxo comercial com os EUA, como aviação, máquinas e equipamentos, área têxtil e calçados.
De tarde, o vice-presidente reúne-se com representantes do agronegócio (veja a lista completa dos participantes ao fim).
Alckmin destacou a importância de incluir os empresários norte-americanos nas conversas.
“A ideia, o trabalho é reverter isso [a taxa de Trump], e queremos ouvir vocês, que vocês também participem deste trabalho. Uma das formas é em relação aos congêneres americanos. Vamos envolver os empresários americanos, mostrando o prejuízo que isso pode ter também para a economia americana. É um perde-perde”, acrescentou.
Adiamento do prazo
Nessa segunda (14), Alckmin negou a jornalistas que o governo federal tenha pedido aos EUA prorrogação do início da vigência da taxa.
No entanto, na reunião da manhã desta terça, o vice-presidente admitiu a possibilidade.
“Nós queremos resolver o problema, e o mais rápido possível. Se houver necessidade de mais prazo, vamos trabalhar nesse sentido”, destacou.
Falta de resposta
As conversas brasileiras são comandadas por Alckmin desde o início de fevereiro, quando Trump anunciou as primeiras tarifas.
As iniciativas de taxar produtos de outros países fazem parte de uma política protecionista do republicano, que é implementada desde o início do atual mandato dele.
Nessa segunda (14), Alckmin informou que uma carta enviada pelo governo brasileiro aos Estados Unidos em maio segue sem resposta.
“Importante destacar que já vínhamos fazendo diálogo. Estive, através de videoconferência, com Howard Lutnick [ministro de Comércio dos EUA] e com o embaixador Greer [representante comercial dos EUA, Jamieson Greer]. Depois, as conversas continuaram e, no dia 16 de maio, foi encaminhada, até em caráter confidencial, uma proposta para os EUA, de negociação, que não foi respondida ainda. E até a sexta-feira da semana retrasada [4 de julho], antes do anúncio [de Trump], estava tendo reunião no nível técnico”, destacou Alckmin.
Também nesta manhã, o vice-presidente declarou que uma nova correspondência deve ser enviada.
“Vamos encaminhar uma carta dizendo: ‘Aguardamos a resposta e continuamos empenhados em resolver esse problema [tarifário]’”, informou.
Participantes da segunda reunião do comitê criado por Lula
Governo
- Rui Costa, ministro da Casa Civil;
- Gleisi Hoffmann, ministra das relações Institucionais;
- Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária;
- Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos;
- André de Paula, ministro da Pesca e Aquicultura;
- Embaixadora Maria Laura da Rocha, ministra substituta das Relações Exteriores;
- Embaixador Maurício Carvalho Lyrio, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, do Ministério das Relações Exteriores;
- Embaixador Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel, Diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério das Relações Exteriores.
- Guilherme Mello, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
- Rivetla Edipo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura;
- Emílio Chernavsky, Assessor Especial da Área Econômica das Relações Institucionais;
- Olavo Noleto, Secretário-Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável das Relações Institucionais;
- Laercio Portela, Secretário de Imprensa da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência);
- Embaixador Celso de Tarso, chefe da Assessoria Especial Diplomática da Vice-Presidência;
- Vilma da Conceição Pinto, chefe da Assessoria de Assuntos Econômicos e Sociais da Vice-Presidência;
- Marcio Rosa, secretário-executivo do MDIC;
- Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC;
- Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC;
- Rodrigo Zerbone, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior do MDIC.
Empresários
- Vinicius Vanzella de Souza, CEO Gelprime - grupo VIVA;
- Paulo Hladchuk, CEO da LDC Juices;
- Pavel Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Indústria do Café;
- Roberto Perosa, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes);
- Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados);
- Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescado);
- Renato Costa, presidente da Friboi (JBS);
- Silas Brasileiro, presidente do CNC (Conselho Nacional do Café);
- Marcio Cândido, presidente do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil);
- Edison Ticle, vice-presidente da Minerva;
- Bruno Ferla, vice-presidente da BRF/Marfrig;
- Celírio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira de Indústria do Café;
- Ibiapaba Neto, presidente da Citrus BR;
- Paulo Pratinha, Presidente do Conselho Administrativo da Sucos BR
- Marcos Matos, Diretor Geral da Cecafé;
- Liliam Catunda, Diretora de Relações Institucionais da Abipesca;
- Thomaz Nunnenkamp, Diretor da Fiergs;
- Gustavo Martins, Diretor da Melbras;
- Heuler Iuri Martins, Relações institucionais e governamentais grupo (VIVA).
Fonte: R7