Atualizada às 13h08
A mulher suspeita de matar o próprio irmão, no bairro Jacinta Andrade, na zona Norte de Teresina, se apresentou à polícia acompanhada de um advogado. O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) solicitou a prisão preventiva dela, no entanto, a Justiça concedeu liberdade com a imposição de medidas cautelares.
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Durante depoimento, a mulher apresentou abalo emocional e afirmou que não queria matar o próprio irmão. "Ela estava extremamente abalada, a oitiva dela foi gravada, e a gente nota realmente que ela estava extremamente abalada com essa situação. Ela afirma que não queria matar a vítima, não imaginava que ela viria a óbito. No entanto, pelo número de facadas que foram desferidas, cerca de 12 facadas, a gente observa que havia sim o dolo de matar", destacou.
O delegado destacou que o crime aconteceu na presença de familiares e de forma bastante violenta, o que representa uma certa crueldade por parte da suspeita de autoria do crime. A mulher foi indiciada por homicídio privilegiado e qualificado.
"O homicídio privilegiado advém de ela ter agido logo após a injusta provocação da vítima, tendo em vista que ele agrediu o cunhado e a própria autora, com golpes. Além disso, visualizamos ali a qualificadora da crueldade, tendo em vista que no momento que a vítima cai ao chão, ela continua a desferir novos golpes de faca. E fala a seguinte frase: é bom, né? Então isso, no entendimento da autoridade policial, configura ali um grau de crueldade nessa situação. Além disso, visualizamos que é o homicídio praticado em favor de um parente, no caso, seu próprio irmão", afirmou.
Natan Cardoso detalhou sobre a decisão da Justiça e destacou que ela responderá à ação penal, apesar de não ter ficado detida no momento. "É importante dizer que representamos pela prisão preventiva da autora. No entanto, o nobre juiz, magistrado da central de inquéritos, decidiu não decretar sua prisão tendo em vista que entendeu que ali não havia os elementos pra decretação da prisão preventiva, como o risco à ordem pública, tendo em vista que ela era primária, não tinha nenhum antecedente, em razão também de como a situação ocorreu. E avaliando também que a própria vítima já era uma pessoa que causava diversos conflitos ali no contexto da família há algum tempo", acrescentou.
Dentre as medidas cautelares, a mulher deve usar tornozeleira eletrônica e realizar comparecimento mensal em juízo. "Pode ser que diante do tribunal do júri ela venha a ser absorvida, mas inquérito policial foi muito bem feito, está muito bem instruído, então ela vai responder a esse processo criminal, e ao final o tribunal do júri vai decidir se ela se ela realmente foi autora do crime", concluiu o delegado.