O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Piauí (SEEACEP) iniciou uma greve na manhã desta quarta-feira (17), após a empresa Ibero Soluções descumprir um acordo de pagamento. O presidente do sindicato, Jonathas Miranda, deu mais detalhes à TV Antena 10 sobre a greve e explicou as principais reivindicações da categoria, que incluem o pagamento de horas extras, do vale-alimentação e a denúncia da suspensão do plano de saúde.
De acordo com o presidente do SEEACEP, Jonathas Miranda, os trabalhadores reivindicam o pagamento de horas extras atrasadas, do vale-alimentação e demonstram preocupação com a suspensão do plano de saúde, informação que, segundo o sindicato, foi confirmada nesta quarta-feira. O sindicalista destacou que a empresa recebeu os repasses financeiros, mas não efetuou o pagamento aos funcionários.
“Não justifica a empresa receber o pagamento e não repassar para os trabalhadores. Estamos reivindicando as horas extras que não foram pagas, o vale-alimentação, que é essencial, e ficamos sabendo agora que o plano de saúde está suspenso. É uma série de problemas que a gente vem enfrentando e precisamos de uma resposta. Só vamos sair daqui depois que tivermos a concretização do pagamento na conta dos trabalhadores”, disse Jonathas Miranda à TV Antena 10.
O presidente do sindicato também relembrou que a categoria já havia realizado uma paralisação no início da semana, mas decidiu retornar às atividades após um pedido de confiança por parte da empresa, que se comprometeu a quitar os débitos dentro do prazo estabelecido.
“Na segunda-feira viemos em paralisação, a empresa pediu um voto de confiança, alegando que na terça-feira iria quitar os débitos. A categoria voltou a trabalhar e eles não pagaram. Deixamos de aviso que, se não houvesse o pagamento na quarta, iria ter a greve, e assim fizemos”, afirmou Jonathas Miranda.
Por fim, o sindicalista pediu compreensão da população de Teresina, especialmente dos moradores das zonas Sul e Sudeste, áreas mais impactadas pela paralisação. Ele reforçou que a decisão foi tomada para garantir que os trabalhadores não passem o fim do ano sem receber seus direitos.
“Pedimos desculpas aos teresinenses, principalmente os da zona Sul e Sudeste. Ficamos tristes, mas não podemos aceitar que o trabalhador chegue no final de dezembro sem receber seus pagamentos. Só voltamos depois que todos os pagamentos sejam efetuados. São 250 pessoas paradas até que tudo se resolva”, concluiu Jonathas Miranda.
Crise na limpeza pública
A categoria vem sofrendo com falta de pagamento em diversos âmbitos. Em outra ação, o Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza acusa o consórcio Recicle/Aurora de ter sumido com parte dos recursos destinados ao pagamento das rescisões dos funcionários desligados. Segundo a entidade, a Justiça liberou aproximadamente R$ 2,6 milhões para a quitação das verbas, mas somente uma parte dos trabalhadores recebeu o valor devido. Mais de 1.000 pessoas ainda aguardam o pagamento.
O consórcio é acusado de descumprir uma determinação judicial e de não prestar contas sobre a aplicação dos valores recebidos. Diante da situação, o sindicato anunciou que pediu a prisão dos proprietários do Recicle/Aurora.