O senador Ciro Nogueira (PP-PI), uma das principais lideranças do centrão, deixou claro em São Paulo que acredita na candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em 2026. Em reunião com empresários, afirmou que pesquisas internas já mostram o potencial do governador, reforçando a expectativa de que ele deixe a busca pela reeleição em São Paulo para concorrer ao Planalto.
Há claros sinais em torno desta possível definição. No dia 6 de agosto, foi exatamente Ciro Nogueira a primeira pessoa a ter autorização do Ministro Alexandre de Moraes para visitar Jair Bolsonaro após decretar sua prisão domiciliar. No dia seguinte, foi a vez de Tarcísio de Freitas ir à casa do ex-Presidente. Nos bastidores, algumas lideranças bolsonaristas já admitem em consolidar este entendimento, apesar de Zema (governador de Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (governador de Goiás) já terem lançado candidatura a Presidência da República.
Em confirmando Tarcísio como nome da direita, restará definir seu vice. Ciro Nogueira tem sido citado, mas diante dos boatos o Senador tem reafirmado sua disposição para disputar a reeleição. Por outro lado, há uma ideia de que na chapa majoritária ao lado do candidato à Presidência deverá ter um representante da família Bolsonaro, como sua esposa, Michelle ou um dos filhos, neste caso o Senador Flávio Bolsonaro (PL).
A fala de Ciro Nogueira consolida uma guinada pragmática: a direita deixa de apostar em uma reviravolta que viabilize a candidatura de Jair Bolsonaro, inelegível até 2030, e se organiza em torno do nome de Tarcísio. Segundo o senador, a baixa rejeição do governador o coloca em posição competitiva contra Lula, a ponto de dizer que “se ele for candidato, o Lula nem disputa”.
Além das declarações, Ciro reforçou publicamente sua confiança ao replicar nas redes sociais uma charge que representa Tarcísio como o nome capaz de derrotar Lula em 2026. O gesto foi lido como sinal explícito de alinhamento e aposta pessoal no projeto político do governador paulista.
Tarcísio, por sua vez, tem intensificado o tom contra o governo petista. Em eventos recentes, afirmou que “o Brasil não aguenta mais ser governado pelo petismo” e defendeu que centro e direita se unam em torno de uma candidatura única.
Pesquisas recentes colocam o governador tecnicamente empatado com Lula em cenários de segundo turno, confirmando a percepção de que a disputa em 2026 pode repetir a polarização, mas com novos protagonistas.