É inegável. Poucas vezes em seus 173 anos a capital do Piauí esteve tão suja. Aliás, um problema que se arrasta desde a gestão do ex-Prefeito Dr. Pessoa (PRD) com várias greves dos trabalhadores da limpeza pública. Em janeiro, quando Sílvio Mendes (UB) assumiu o Palácio da Cidade pouca coisa avançou nesse setor e que, de acordo com o gestor, tem “poderosos” interessados em manter as empresas Recicle e Aurora no serviço, contrato vencido em junho deste ano e que se mantém com dezenas de ações judiciais.
“Quando assumimos a Prefeitura, até agora, aconteceram 19 ações judiciais atrapalhando a cidade. Um contrato com empresa ruim. Tem muita gente importante atrás dela (poderosos) mandando suspender qualquer processo licitatório para que mantenham um contrato que está vencido. A licitação está concluída, mas não pode ser executada porque tem uma ação que mandou suspender. Estamos aguardando uma decisão da Presidência do Tribunal de Justiça para que possa ser feito aquilo que a cidade tem direito”, afirmou Sílvio Mendes em entrevista ao Balanço Piauí, da TV Antena 10.
TV Antena 10
O Prefeito afirmou ainda que esses “poderosos” são do Piauí e até de outros Estados que, segundo ele, “foram procurar o Tribunal de Contas para suspender o processo licitatório e tentaram interferir no próprio poder judiciário”. Sobre a recente greve dos trabalhadores do Consórcio EcoTeresina, formado pela Recicle e Aurora, negou que houve algum atraso nos repasses e que para resolver o problema foi preciso recorrer à Justiça do Trabalho.
“Quando entramos na Prefeitura estava devendo uma parte do mês de outubro, novembro e dezembro. Isso já foi pago. Mas, a empresa, que é um consórcio, não pagou caminhoneiros e garis. Eles entraram em greve. Passou para população que era falta de pagamento da Prefeitura. Nunca foi. A Justiça do Trabalho permitiu a Prefeitura pagar os motoristas e garis diretamente, sem intermediação da empresa. Espero que continue até tudo ser resolvido. Isso tumultua a cidade e prejudica muita gente com tanto mato e lixo. Se trata de demandas judiciais de uma empresa ruim, talvez uma das piores que já apareceu por Teresina”, assegurou.
Sílvio Mendes disse ainda que espera a sensibilidade e decisão do Presidente do Tribunal de Justiça para os próximos dias para que finalmente possa fazer a licitação emergencial, algo que garante economia de R$ 7 milhões aos cofres públicos e aumenta a oferta do serviço.
“Com toda essa modificação que queremos fazer na limpeza pública, ainda tem uma redução de custo da ordem de R$ 7 milhões, acho que não tem justificativa melhor do que essa. Estamos aguardando uma decisão da Presidência do Tribunal de Justiça para que possa ser feito aquilo que a cidade tem direito. Construir três aterros sanitários (hoje um). Um deles na saída para Altos e outro na saída para Nazária. O aterro da Prefeitura vai continuar de capina e varrição, acabar com aquela história de catadores de lixo. Mas, estamos impedidos de fazer. Se isso for decidido prometo em dois dias a cidade limpa como já foi no passado”, concluiu.