"Eu só quero que a justiça seja feita", clama pai de tecnólogo morto por ex-policial militar em Teresina; julgamento ocorre nesta quarta (10)

Seis anos depois, ex-militar é julgado e pode ser condenado pelo assassinato que ocorreu em um bar na capital

Após seis anos, o ex-policial militar Max Kellysson Marques Marreiros, acusado de assassinar o tecnólogo em radiologia Rudson Vieira Batista da Silva, em dezembro de 2019, será julgado nesta quarta-feira (10). Em manifestação, a família da vítima esteve em frente ao Fórum usando roupas pretas, em luto ao crime. "Eu só quero que a justiça seja feita", desabafou o pai de Rudson.

O pai e os irmãos do tecnólogo em radiologia falaram à TV Antena 10 pouco antes do início do julgamento. Todos demonstravam profunda tristeza e reforçaram o desejo de que a justiça prevaleça. A família espera que o acusado seja devidamente julgado e receba a pena máxima.

Família de Rudson Vieira em manifestação antes do julgamento TV Antena 10

   

"Depois de seis anos de espera, o que nós esperamos é uma condenação. Hoje, depois de tantos anos de muita dor, vidas foram transformadas. Não só a minha, como da minha família, como de amigos, foram transformadas por uma perda irreparável. Independentemente de quantos anos ele vai pegar hoje, que acreditamos que ele vai sair daqui condenado, isso não vai voltar atrás. A vida do meu irmão, ela não volta mais. Mas que isso sirva de exemplo para várias pessoas que têm seus familiares, que foram mortos injustamente, sejam elas pela autoridade, sejam elas por pessoas comuns, mas que corram atrás, lutem, porque a justiça, ela vem. Corram atrás, porque vale a pena. E nós vamos sair daqui com uma resposta positiva, eu creio nisso", disse João Neto, irmão de Rudson.

Samia Vieira, que também é irmã da vítima, relembrou as qualidades de Rudson e como essa perda é inestimável. Durante sua fala ressaltou que neste período de fim de ano os familiares ficam mais abalados, mas neste mês de dezembro esperam que a justiça aconteça.

"A gente tem esperado no Senhor e na justiça dos homens esses seis anos. Nessa época, com certeza, a gente fica mais abalado. O meu irmão era um irmão amoroso, um filho bondoso, um amigo, namorado, sobrinho, prestativo, cuidadoso. E a gente sente muita falta dele, mas a gente sabe que ele não vai voltar. Lá no hospital ele pediu pra gente que nós lutássemos pela justiça, porque ele confiava na justiça. E a gente, durante esses seis anos, confiamos e estamos aqui. Como o meu irmão falou, a gente não desistiu", relatou.

Questionada sobre o sentimento, Samia disse que com a condenação que esperam, a família deve conseguir respirar mais aliviada, sabendo que conseguiu cumprir a promessa de lutar pela justiça do irmão. "O nosso coração vai ficar um pouco mais calmo por ter cumprido o nosso papel, que foi a promessa que a gente fez pra ele (Rudson), de confiar na justiça", finalizou.

Por fim, emocionado, o pai de Rudson Vieira também falou com a equipe de reportagem da TV Antena 10. Ele, assim como os demais, confia no bom resultado do julgamento.

"Eu só quero que a justiça seja feita. Está com seis anos, para mim que foi ontem que ele fez isso com meu filho. Então Deus vai me ajudar a ele na vida eterna. E a justiça vai ser feita. Eu só quero isso", desabafou o pai.

O caso

Rudson Vieira Batista da Silva morreu em um hospital particular de Teresina após sofrer consecutivas paradas cardíacas. O técnico em radiologia foi atingido por um tiro dentro de uma casa de shows durante uma briga com o ex-PM no dia 1º de dezembro de 2019.

  

Ex-policial militar Max Kellysson e Rudson Vieira Reprodução

   

Max Kellysson foi preso em flagrante e teve a arma de fogo apreendida. No dia seguinte, ele recebeu liberdade provisória durante a audiência de custódia.

Nova tentativa de homicídio

Dois anos após o caso, o mesmo acusado acabou se envolvendo em um novo crime, quando tentou matar uma vizinha que tentou defender a namorada do acusado durante uma briga. Após esse crime, ele foi preso e segue encarcerado até hoje, mas em decorrência desta situação.