Ana Lúcia, mãe de Lucas Vinícius Monteiro Oliveira, usou as redes sociais, neste domingo (09), voltando a clamar por providências a respeito do desaparecimento do filho. O jovem sumiu em 24 de abril de 2022, quando voltava de uma festa. Na época, a namorada Gabriela Vasconcelos relatou ao A10+ que o rapaz teria pulado da ponte Juscelino Kubitschek e caído no Rio Poti, no entanto, o corpo dele nunca foi encontrado.
Abalada e em estado de profunda tristeza, Ana Lúcia faz um único pedido: que o Tribunal de Justiça do Piauí autorize um novo exame em um corpo que foi encontrado no Assentamento Emiliano Batata, próximo ao Rodoanel, zona rural Sudeste de Teresina, no dia 30 de abril, seis dias após o desaparecimento de Lucas. Houve a suspeita de que os restos mortais encontrados poderiam ser de Lucas, mas, em 20 de junho, o Instituto de Medicina Legal (IML) emitiu um laudo negando a suspeita.
“Venho aqui pedir ao excelentíssimo juiz o reteste do corpo carbonizado que está no IML há um ano. Não existe outra família questionando aquele corpo e existe a deformidade óssea na escapula, a qual o meu filho possuía”, relata a mulher.
Ela descreve momentos de sofrimento pela ausência de respostas sobre o caso do desaparecimento do filho. Ana Lúcia desabafa sobre o direito de enterrar o filho.
“Eu não tenho vida, não consigo dormir, não tenho paz. Eu tenho certeza que meu filho também está precisando de paz. Eu peço, pelo amor de Deus, ao excelentíssimo juiz, para que se possa fazer esse teste. Eu tenho direito de enterrar o meu filho. Está estampado o meu sofrimento. Quanto descaso eu tenho passado, e se não fosse Deus, eu não estaria em pé”, lamentou.
Assista
O desaparecimento e investigações
Na época do desaparecimento, Gabriela Vasconcelos relatou ao A10+ que retornava de uma festa com o namorado, Lucas Vinícius, na madrugada do dia 24 de abril de 2022. No caminho, o jovem, segundo ela, quis parar o carro na Ponte Juscelino Kubistchek, na Avenida Frei Serafim. Ele teria se aproximado da mureta da ponte se jogado no rio Poti. Ela contou que chamou os bombeiros após o caso, no entanto, as buscas só foram iniciadas pela manhã.
Após a divulgação do caso, a família de Lucas, que mora em São Paulo, passou a viver um pesadelo e desde então rebate as versões apresentadas por Vasconcelos. Recentemente, eles foram surpreendidos com a informação de que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu o inquérito policial que investigava o caso e constatou, mesmo sem achar corpo, de que não houve crime. O inquérito foi remetido para o Ministério Público do Piauí.
Um perito solicitou uma nova análise do corpo carbonizado encontrado no Assentamento Emiliano Batata e aguardava a decisão da justiça do Piauí para levar uma amostra para São Paulo e realizar o novo teste. Em março de 2023 a justiça do Piauí negou o pedido.
Perito cita contradições
O perito Ricardo Rezende comentou em entrevista à TV Antena 10 que os investigadores estão trabalhando com duas hipóteses: a que ele tenha pulado e a de que o jovem tenha sido empurrado. Ele destacou que existem contradições na versão apresentada por Gabriela Vasconcelos.
“A gente levantou bastante informação que está tendo desencontro. Conseguimos levantar algumas coisas para o DHPP, Ministério Público e também estamos aqui para cobrar essa resposta [cadê Lucas]. Tem essa hipótese dele ter pulado ou ele ter sido empurrado, a gente trabalha hoje com 50% de cada. Até que prove o contrário a gente tem que ter todas essas provas e estamos começando a apresentar para as autoridades pra eles terem o fundamento", comentou.
Quase 1 ano depois do desaparecimento, o DHPP intimou Gabriela Vasconcelose uma amiga, de nome não revelado, a prestarem um novo depoimento sobre o dia do desaparecimento. O A10+ tentou, mas a polícia não informou o conteúdo do depoimento delas.