O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público do Maranhão (GAECO-MA) interditou, nesta sexta-feira (18), uma loja de autopeças e sucatas em Teresina por suspeita de envolvimento com atividades criminosas ligadas ao comércio ilegal de peças automotivas.
Segundo o GAECO-MA, o estabelecimento interditado seria de propriedade de Adolfo Pablo Menescal Mourão, já conhecido das autoridades por envolvimento em diversas outras operações relacionadas ao mesmo tipo de crime. Adolfo é investigado por comandar um esquema criminoso que usa empresas do ramo automotivo como fachada para atividades ilícitas.
A empresa interditada hoje, denominada Lion Autopeças Ltda., estaria operando no lugar de outras lojas anteriormente fechadas pela Justiça. “Adolfo 4x4” e “Adolfo Auto Peças” foram interditadas em 2022, mas conseguiram liminares para reabrir. Posteriormente, perderam o direito de funcionamento por meio de mandado de segurança.
Segundo o promotor Francisco Fernando, integrante do GAECO-MA, ao serem notificados da decisão judicial definitiva que determinava o fechamento das lojas, os envolvidos teriam transferido bens dessas empresas para a Lion Autopeças, recém-criada, com o intuito de driblar as ordens judiciais. Ainda de acordo com as investigações, a nova loja mantém relação direta com outro estabelecimento, identificado como Sucatão 01, configurando a continuidade das práticas criminosas.
Durante a operação, os agentes constataram que a Lion Autopeças e o Sucatão 01 operam de forma integrada, embora estejam registradas como empresas distintas. Foram observadas sobreposição física entre os espaços, compartilhamento de maquinetas de cartão e ausência de divisórias internas, o que, segundo o MP, reforça a suspeita de que se trata de uma estrutura única utilizada para fins fraudulentos.
Outro fato que chamou a atenção durante a diligência foi a tentativa de um indivíduo de retirar uma motocicleta do local, alegando ser o proprietário. No entanto, a documentação apresentada não coincidia com o nome do solicitante e a liberação foi negada.
"Essa atividade envolve uma grande organização criminosa que opera com o narcotráfico, documentação falsa, com desmanche de veículos, motores ilegais e com lavagem de dinheiro em favor de organização criminosa que opera inclusive com o tráfico de drogas", explicou o promotor Francisco Fernando.
Entenda
- O empresário Adolfo Mourão foi preso pela primeira vez no âmbito da Operação Mormaço, deflagrada em junho de 2021. Ele ficou preso por 30 dias e depois foi solto, cumprindo medidas cautelares, no entanto, de acordo com a Polícia Civil, houve descumprimento das medidas e por isso ele foi preso novamente no dia 28 de abril de 2022.
- Em janeiro de 2023, ele e a irmã também foram presos, mas foram soltos meses depois pela justiça. Em 2022, as lojas do empresário chegaram a ser interditadas.
- Em março de 2023, o juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Teresina, concedeu liberdade provisória ao empresário Adolfo Mourão.
- Já em fevereiro do ano passado, ele foi preso novamente, após mandado emitido pelo estado de Alagoas que colocou Adolfo como suspeito de tráfico de drogas e organização criminosa.
- Em fevereiro deste ano, o empresário Adolfo Pablo Menescal Mourão foi novamente alvo de operação.