PF ouve Wajngarten e advogado de Bolsonaro nesta terça-feira por pressão sobre Mauro Cid

Depoimentos acontecem em São Paulo e fazem parte de ação que investiga possível obstrução da investigação sobre tentativa de golpe

A Polícia Federal ouve nesta terça-feira (1º) o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, e o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno.

Os depoimentos ocorrem de forma simultânea, em São Paulo, no início da tarde.

  
Fábio Wajngarten teria tentado contato com mãe, mulher e filha de Cid para assumir defesa dele Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
 
 

A dupla será ouvida no inquérito que investiga uma suposta tentativa de obstrução da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

A convocação foi feita após requerimento do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, no fim de junho.

Wajngarten e Bueno foram acusados pela família do tenente-coronel Mauro Cid de exercerem pressão para influenciar a defesa dele ou interferir no acordo de colaboração premiada firmado com a Justiça.

Fábio Wajngarten é ex-advogado de Bolsonaro, enquanto Bueno atua na defesa do ex-presidente na ação penal que trata da tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Moraes determinou os depoimentos após Cid apresentar à Polícia Federal documentos com declarações da mãe, da esposa e da filha relatando supostas “investidas” de Wajngarten e Bueno sobre elas.

Segundo o ministro, a conduta de ambos configura, em tese, o crime de obstrução de investigação de infração penal envolvendo organização criminosa.

Marcelo Costa Câmara

Outro investigado que será ouvido nesta terça-feira no inquérito da tentativa golpista é o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara.

O depoimento será realizado em Brasília, já que Câmara está preso desde 19 de junho.

Segundo Moraes, ele descumpriu medida cautelar que proibia o uso de redes sociais, seja por ele diretamente ou por terceiros em seu nome.

O advogado de Câmara, Eduardo Kuntz — que também prestará depoimento — confirmou ao STF que conversou com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, por meio das redes sociais. Por isso, ele também será investigado por tentativa de obstrução da Justiça.

Marcelo Câmara é réu no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado.