Atualizada às 18h02
A Polícia Civil do Piauí (PCPI) concluiu nesta quinta-feira (05) o inquérito que apura o assassinato do vereador Thiciano Ribeiro da Cruz e da comandante da Guarda Civil Municipal de Parnaíba, Penélope Brito. O crime aconteceu no dia 27 de agosto de 2025, no Centro de Teresina. Francisco Fernando de Oliveira Castro, de 35 anos, foi preso em flagrante no dia do crime. Ele foi indiciado por feminicídio majorado, pela morte de Penélope, e por homicídio qualificado com quatro qualificadoras pela morte de Thiciano: motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima, meio cruel e perigo comum.
Um taxista, identificado como Paulo César Lopes Pereira, que estava no local, também foi reconhecido como vítima de tentativa de homicídio qualificado. De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, os elementos colhidos confirmam que o crime foi premeditado. O ex-casal havia se separado há cinco meses e testemunhas relataram que Penélope vivia um relacionamento marcado por abusos psicológicos.
"Durante as investigações nós ouvimos diversas pessoas, familiares das vítimas, familiares dele e chegou pra gente um posicionamento que de fato ali houve uma premeditação sim. Quando foi analisado o contexto de relação do casal, foi nos trazido informações que foram importantes, principalmente o contexto de abusividade que Penélope vivia na relação. Ele era extremamente grosseiro, ele se incomodava pelo fato de Penélope ocupar um posto de comando de uma unidade que ele fazia parte", disse a delegada.
Ainda segundo a investigação, Francisco Fernando teria espalhado uma campanha difamatória contra Penélope após o fim do relacionamento, alegando ter sido traído. No entanto, nenhuma das acusações foi confirmada pela polícia.
“Toda essa campanha de difamação que foi levada contra Penélope não foi comprovada em sede de investigação, muito pelo contrário. Pra nós, na investigação, ficou claro que Francisco Fernando era extremamente grosseiro na relação e isso foi trazido por familiares, amigos próximos”, afirmou a delegada.
Segundo o inquérito, Penélope teria confidenciado a amigas que estava sofrendo com crises de ansiedade e que buscava ajuda psicológica por conta do comportamento de Francisco após a separação. A delegada relatou ainda que o fato de Francisco estar se relacionando com outra pessoa fez Penélope pensar que se livraria das perseguições.
"A vítima já temia, inclusive testemunhas nos trouxeram a preocupação dela em pedir medida protetiva. No entanto alguns fatores fizeram com que a vítima baixasse a guarda. Um dos motivos é que o Francisco Fernando estaria se relacionando com outra pessoa. Ele já estava em outro relacionamento. Então isso acabou dando um pouco de quietude à vítima. Então o que eu quero deixar muito claro é que jamais a vítima terá culpa de ter sido vítima. Porque de fato, por vezes em uma relação, você não imagina que a pessoa poderia fazer isso, por isso que eu chamo um alerta; não menospreze a atitude de um agressor. Durante o fim do relacionamento demonstrou-se justamente essa questão da agressividade dele, após o relacionamento ele perseguia. Tanto que ela chegou a relatar a uma amiga que estava precisando fazer um acompanhamento psicológico porque já estava num processo de ansiedade causado por essas perseguições vindas de Fernando", explicou em entrevista.
A polícia apurou que Francisco Fernando estava de plantão no dia 26 de agosto e, ao encerrar o turno, seguiu para Teresina. A suspeita é de que ele tenha ido à capital ao descobrir que Penélope e Thiciano estavam juntos na cidade.
Durante o ataque, ocorrido no Centro da capital, Francisco disparou contra as vítimas sem se importar com quem mais pudesse ser atingido, conforme apontou a delegada. "Pra nós ficou muito claro que o Francisco Fernandes, na realização de disparos, não se importava se pudesse alvejar alguém. Esse taxista foi ouvido e consta como vítima também da tentativa de homicídio qualificado".
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