"Tô sem chão, só quero justiça", desabafa mãe de criança morta em Teresina

Manicure volta a afirmar que policial efetuou disparo que matou sua filha de apenas 6 anos

A manicure Dayane Gomes, mãe de Débora Vitória, de 6 anos, concedeu entrevista ao Balanço Geral Piauí, da TV Antena 10, nesta segunda-feira (14), horas após prestar depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ela relatou o dia do assalto e confirmou mais uma vez que um PM efetuou os disparos que vitimaram sua filha no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina.  

Bastante abalada, Dayane relatou como sucederam os fatos durante a tentativa de assalto. Ela afirmou que não reagiu ao assalto e citou que o criminoso, segundo ela, não iria atirar. O policial que mora próximo à casa das vítimas presenciou a ação e teria efetuado os tiros. A manicure rebateu notícias falsas de que teria envolvimento com faccionados.

  

"Tô sem chão, só quero justiça", desabafa mãe de criança morta em Teresina
Ana Paula Barreira / TV Antena 10

  

"O que me deixou mais angustiada aqui é que estão falando várias versões falsas, de envolvimento com facção, isso não aconteceu. Foi apenas um assalto, era para ser um, mas aí levaram [mataram] minha filha. A gente estava saindo para ir na casa da tia dela, como eu faço todos os dias, mas aí o assaltante chegou, pediu o celular e tudo aconteceu. Eu entreguei imediatamente, não reagi de maneira alguma", comentou.

A manicure voltou a afirmar que o suspeito, Clemilson, que foi preso ainda na sexta-feira (11), não iria atirar nas duas se o policial não tivesse aparecido e efetuado os disparos contra o bandido. Segundo Débora, o bandido já tinha realizado assaltos na mesma noite e quando a abordou ele não mostrou arma nenhuma e que, de acordo com ela, o tiroteio só aconteceu porque o PM reagiu.

"Quando eu entreguei o celular eu só ouvi ele dizendo 'tu vai atirar?' e o policial que estava na esquina já veio atirando, aí eles começaram a trocar tiros. Eu fui atingida com um disparo na coxa e minha filha pegou do lado direito do peito e atravessou saindo do lado. Ele tirou a arma quando o policial veio de lá correndo atirando, ele sacou com a arma e começou a atirar também. Na hora do assalto ele não pegou a arma. Ele já tinha feito um assalto ali pra cima", explicou Débora.  

  

Suspeito foi preso ainda na sexta-feira (11)
Reprodução / TV Antena 10

  

A manicure disse que o tiro que matou sua filha saiu da arma do policial. Ela pediu justiça pela morte da menina. Emocionada, Dayane narrou que Débora caiu do seu lado. A menina chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada no hospital.

"Foi de imediato. Quando ele atirou [O policial] a minha filha caiu aqui do lado e eu peguei ela aqui, quando eu peguei eu senti ela sangrando muito aqui do lado que o policial estava, mas se ele não tivesse atirado o bandido não teria reagido. Eu estou sem chão, eu só quero justiça e deixar bem claro que é só justiça. Nada que acontecer a partir de hoje vai trazer de volta a minha filha", declarou.

Dayane comentou que a menina completou seis anos de idade em outubro. "Ela deu o último suspiro de mim. Ela fez seis anos agora dia 25 de outubro, fiz aniversário dela. É muito doloroso, porque eu nunca pensei em passar por isso", finalizou.

O policial suspeito de efetuar o disparo já foi intimado e deverá prestar depoimento nos próximos dias na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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