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Os agiotas presos durante a Operação Macondo, na manhã desta terça-feira (11), eram recrutados na Colômbia e enviados para o Piauí para integrarem um esquema de concessão de crédito regular (agiotagem), associado a lavagem de dinheiro e outros crimes. A Operação aconteceu nas cidades de Teresina, Parnaíba, Oeiras, Barras, Picos e Água Branca.
Na operação, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 18 mandados de busca e apreensão. Além disso, foi determinado bloqueio judicial de R$ 5 milhões em contas vinculadas aos investigados. O grupo era formado, em sua maioria, por estrangeiros vindos da Colômbia e Venezuela.
À TV Antena 10, o delegado Filipe Bonavides, coordenador Geral da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP), informou que os agiotas eram recrutados na Colômbia com promessas de emprego e enviados ao Piauí para atuar no esquema. Ao chegarem ao estado, recebiam moradia, alimentação, transporte e um salário semanal para realizar as cobranças.
“Essas pessoa eram recrutadas na Colômbia, vinham pra cá com promessas de emprego. O empregador fornecia a moradia, meio de transporte e um salário fixo que era pago semanalmente a essas pessoas que ficavam responsáveis ali por fazer as cobranças. Também tinha a figura dos tarefeiros que administravam esses cartões, número de clientes e as taxas praticadas. Tinham também as figuras de um escalão mais alto que estão no Piauí que vã ser investigados bem como aqueles estrangeiros que estão na Colombia que alimentavam esse ecossistema”, disse.

O grupo é investigado por pelo menos dois homicídios, desaparecimentos e um caso de extorsão que resultou em suicídio em Teresina. As vítimas eram coagidas com violência e ameaças após contratarem os serviços de crédito oferecidos pelo esquema. Os empréstimos eram divulgados por meio de cartazes espalhados em muros e postes, com mensagens atrativas sobre “créditos rápidos” e “pagamentos facilitados”. Na prática, porém, as cobranças envolviam juros abusivos, com cobranças de juros diários às vítimas.

A polícia investiga a origem dos recursos utilizados pelo grupo, mas não descarta a possibilidade de que parte desse dinheiro provenha do narcotráfico, já que a Colômbia é um dos principais produtores de entorpecentes destinados ao comércio na América do Sul e entre os investigados há diversos colombianos.
“Ainda não temos informações sobre de onde esse dinheiro vinha, se era do narcotráfico, terrorismo, corrupção, qual a natureza desse dinheiro ilícito, mas o dinheiro vinha da Columbia. Essas pessoas eram recrutadas lá e vinham com essa missão”, detalhou Filipe.
Lista Negra
Durante as investigações, foi descoberta uma espécie de “lista negra” criada pelo grupo para controlar seus próprios membros. Quem não cumpria as metas ou desobedecia ordens era dispensado e substituído. “Caso ele não trabalhasse corretamente, ele era dispensado e entrava para uma espécie de lista negra e outro era colocado em seu lugar que passava a usufruir de todos os benefícios”, finalizou.
Fonte: Portal A10+