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O Presidente municipal do Progressistas, vereador Aluísio Sampaio viu com “surpresa” o anúncio da deputada Bárbara do Firmino (PP) em confirmar apoio à pré-candidatura de Fábio Novo (PT) a Prefeitura de Teresina na manhã desta quarta-feira (18). Com semblante abatido, o deputado federal Júlio Arcoverde revelou seu sentimento, “decepção”. Já o Presidente do PSDB na capital, vereador Edson Melo, considerou “incoerência”. Para Sílvio Mendes (UB), virtual cabeça de chapa, foi “surpreendente”.
Mas, o fato é que para quase nenhum deles a atitude de Bárbara do Firmino pode ser considerada surpresa. Durante meses ela tem praticamente levado sua pré-campanha nas costas. Sem apoio do seu próprio partido, dos aliados como tucanos e União Brasil. Para alguns membros do Partido Liberal, embora de forma velada, as ações da parlamentar para se mostrar ao eleitorado e buscar viabilidade eleitoral foram elogiadas.
Bárbara pediu esse apoio ao longo dos últimos meses ao Progressistas. O que ouviu não a deixava animada. Chegou a ensaiar ida para o PSDB acreditando encontrar algum tipo de força. Em vão. O ninho tucano onde seu pai, Firmino Filho, foi Prefeito por quatro mandatos não confia na parlamentar por feridas ainda não cicatrizadas da última eleição, além de ser considerada politicamente imatura e imprevisível.
A deputada estadual nunca escondeu que estaria disposta até mesmo a dialogar com partidos como o PT em busca de se viabilizar. Diversas vezes foi desautorizada e teve que engolir as palavras. Reuniões e mais reuniões para definir o futuro dessa parcela da oposição, enquanto a impressão é de que apenas ela se mexia junto às comunidades. Por outro lado, Fábio Novo e o PT em plena pré-campanha. Bárbara cansou da espera de um SIM de Sílvio Mendes e nenhuma garantia de que poderia ser ela a cabeça de chapa. “(…) Eu deveria fazer parte de um projeto maior. Um projeto de reconstrução de Teresina”, disse ela em seu discurso.
Mas, existem dois componentes sussurrados nos bastidores que tentam explicar a guinada de Bárbara. O primeiro seria uma “oferta irrecu$ável” e a outra, sua mãe, ex-deputada Lucy Soares, como possível vice de Fábio Novo ou Losane, irmã do Firmino. No entanto, nada comprovado. Aliás, as conversas entre lideranças petistas e a família nunca cessaram, segundo uma fonte de dentro do próprio Partido dos Trabalhadores. De certo é que o fato político com adesão da parlamentar marca uma vitória sobre um dos principais adversários em 2024, o grupo ligado ao Senador Ciro Nogueira. Agora, se o impacto terá o efeito desejado isso ainda precisará ser avaliado nos próximos dias.
OS PRÓXIMOS PASSOS
No caso do Progressistas espera-se para a próxima segunda-feira (23), ou até mesmo antes, uma coletiva do Presidente nacional da sigla, Senador Ciro Nogueira. Daí pode sair não apenas a definição de candidatura majoritária como o destino partidário de Bárbara do Firmino. Ela pode ser expulsa por infidelidade partidária e ter o mandato requerido pelo PP. Na melhor das hipóteses fica como está até a próxima janela eleitoral.
Já Bárbara aguarda esse posicionamento para também fechar questão quanto ao seu futuro partidário, uma vez que a permanência no PP parece ser improvável. Ela tem convite para filiação do MDB, partido que a parlamentar tem proximidade. Na eleição passada fez dobradinha com o deputado federal Marcos Aurélio, filho do vice-Governador Themístocles Filho.
A adesão veio carregada de críticas a parlamentar, boa parte vinda das bases tucanas firministas. Se a deputada errou em deixar a base PP/UB/PL/PSDB e se conseguirá colar o "legado" da administração Firmino Filho só o tempo dirá. Agora, Bárbara do Firmino segue comungando o slogan do pai ao lado de Fábio Novo: “Teresina é daqui pra frente” e cantando a música Como Nossos Pais, de Belchior: "Mas é você que ama o passado e que não vê. É você que ama o passado e que não vê… Que o novo sempre vem".
Fonte: Portal A10+
