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Novo Código Eleitoral quer frear abusos com inteligência artificial nas eleições 2026

O projeto surge como resposta direta à crescente preocupação com deepfakes, perfis falsos e desinformação em massa


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O uso da inteligência artificial nas eleições está prestes a ser regulamentado no Brasil. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado agendou para o dia 9 de julho a votação do Projeto de Lei Complementar 112/2021, que propõe um novo Código Eleitoral. O texto é relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), que incluiu dispositivos inéditos para combater abusos com o uso da tecnologia, especialmente durante campanhas políticas.

“Tomamos o cuidado para evitar que a inteligência artificial seja usada para deformar, desinformar e manipular a opinião pública”, afirmou o relator.

  
Novo Código Eleitoral quer frear abusos com inteligência artificial nas eleições 2026 Divulgação
 
 
 

O projeto surge como resposta direta à crescente preocupação com deepfakes, perfis falsos e desinformação em massa. Para evitar distorções eleitorais e proteger a integridade do debate público, o novo código estabelece regras rígidas e punições claras para quem usar IA de forma indevida.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou o texto, alegando que ele dá poder excessivo ao Judiciário e pode comprometer a liberdade de expressão. Para ele, a proposta pode acabar criminalizando opiniões e restringindo o debate democrático.

A votação está marcada para o dia 9 de julho, na CCJ. O prazo para apresentação de novas emendas termina em 2 de julho. Até o momento, mais de 350 emendas foram protocoladas. Caso aprovado, o projeto seguirá para o plenário do Senado.

Confira os principais pontos da proposta relacionados à inteligência artificial:

Proibições previstas no projeto

  • Conteúdos gerados por IA devem ser identificados
    Nenhuma manifestação feita com auxílio de IA poderá ser publicada sem deixar claro que se trata de material sintético.

  • Simulações de voz ou imagem estão proibidas
    Fica vedado o uso de IA para simular voz ou imagem de qualquer pessoa, viva ou morta, ainda que com autorização. Essa medida visa evitar manipulações que confundam o eleitorado.

  • Deepfakes com teor sexual serão criminalizados
    É crime produzir ou divulgar conteúdos sexualmente falsos com IA para atacar a imagem de candidatos. A pena será de 1 a 4 anos de prisão, podendo aumentar até metade do tempo.

  • Perfis falsos, bots e influenciadores pagos estão na mira
    O projeto também proíbe o uso dessas ferramentas para impulsionar conteúdo eleitoral de forma irregular, o que inclui compra de engajamento e manipulação de tendências.

Punições para quem descumprir as regras

  • Remoção imediata do conteúdo pela Justiça Eleitoral
    A Justiça poderá exigir que postagens com IA, que não estejam sinalizadas ou contenham simulações indevidas, sejam retiradas do ar.

  • Suspensão de contas de candidatos reincidentes
    Caso um candidato repita o uso irregular, poderá ter suas contas suspensas durante o período eleitoral.

Emendas acolhidas no texto final

  • Emenda de Jaques Wagner (PT-BA):
    Proíbe simulações por IA de imagem ou voz, ainda que com autorização.
    O relator rejeitou a parte que exigia retirada do conteúdo em 24h pelas plataformas.

  • Emenda de Rogério Carvalho (PT-SE):
    Criminaliza o uso de IA para criar conteúdos sexuais falsos com o objetivo de destruir reputações.


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Sobre a coluna

Wesslley Sales

Wesslley Sales

Jornalista, Especialista em Marketing Político, Mídias Sociais e Comunicação Produtor, Apresentador e Repórter na TV Antena10 Radialista e Redator

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