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(Atualizado às 18h37)

Os motoristas e cobradores de ônibus concordaram com a proposta definida durante a mediação realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tarde desta quarta-feira (14), e optaram por encerrar a greve, que já durava três dias em Teresina. A categoria solicitava aumento salarial e aprimoramento de benefícios, incluindo o vale-alimentação e o plano de saúde. Com o acordo selado, os ônibus voltam a circular normalmente nesta quinta-feira (15) na capital. 

Uma audiência foi realizada, no início desta tarde, no gabinete da desembargadora Liana Ferraz, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), reunindo representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários (Sintetro) e do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).

A categoria reivindicava reajuste salarial linear de 15%, ticket-alimentação de R$ 900 e auxílio-saúde de R$ 150. O sindicato afirmou que, durante a pandemia, os trabalhadores perderam benefícios como plano de saúde e ticket, e ficaram sem reajuste nos anos de 2019, 2020 e 2021. Eles também criticam o risco de um dissídio coletivo, alegando que ele poderia manter o valor atual do subsídio municipal (R$ 1,25 milhão) sem garantir melhoria para os trabalhadores. 

O Superintendente Strans, Carlos Daniel, comemorou o resultado da reunião. "A maior importância é voltar o transporte para a população. O grande esforço feito hoje nós temos que agradecer à doutora Liana, ao doutor Zé Wellington e a compreensão tanto dos patrões como dos empregados do sistema de transporte público, que tiveram bom senso e procuraram resolver hoje essa pendência. A partir de amanhã deve rodar normalmente a frota que está prevista nas ordens de serviço, que são 281 veículos. Os trabalhadores voltam normalmente e esperamos que a população possa ser atendida", destaca.

O acordo firmado, nesta quarta (14), estabeleceu um aumento salarial de 6%, além da concessão de benefícios como vale-alimentação no valor de R$ 650 e auxílio-saúde de R$ 125.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (SINTETRO) destacou que a decisão não é o que a categoria pleiteava, mas acredita que os trabalhadores saem fortalecidos. Ficou acordado ainda que os dias paralisados vão ser negociados e garante que não haverá descontos nos rendimentos. 

“Não era o que a gente pleiteava, mas foi o que deu pra fazer, que não vá pra um dissídio. A categoria aprovou por unanimidade, mas a gente queria algo mais, porque a gente passou três anos sem reajuste, mas vamos recuperando aos poucos, de acordo com a nossa necessidade, o que dá pra fazer, respeitando a justiça.  Esses dias vão ser negociados, mas ninguém vai ter desconto nos seus rendimentos desse mês aqui agora. A gente entende que as negociações elas têm que tomar um outro rumo, não do jeito que elas vêm sendo tomadas nesses anos que a gente está à frente do sindicato, porque é muito dificultoso, a gente entende que seria bem melhor por consórcio, por empresa, porque assim a gente teria mais facilidade, realmente quem tem mais interesse fica melhor para negociar”, completa o presidente.

O movimento grevista começou de forma parcial na última sexta-feira (09) em Teresina. Durante o fim de semana, em respeito ao Dia das Mães, a categoria manteve a circulação dos ônibus, porém retomou a paralisação na segunda-feira (12), que se estendeu até esta quarta-feira (14).  A desembargadora Liana Ferraz pontuou que na reunião foram discutidas questões e cláusulas de natureza econômica e prevaleceu o bom senso. 

“Apesar de estarmos aqui desde cedo, mas conseguimos finalmente chegar a um acordo, o movimento paredista vai se encerrar hoje, os motoristas vão voltar a trabalhar normalmente. Nós conseguimos evoluir em questões cláusulas de natureza econômica e prevalecer o bom senso. A população agora vai poder contar com a frota de ônibus e sua normalidade, e é o nosso papel como justiça e como cidadã também”, completa. 

Fonte: Portal A10+