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Um aluno do 5º período do curso de Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR) foi detido pela Polícia Federal nesta quinta-feira (25) por fazer um grafite em um banco na praça da instituição. A denúncia foi feita pelo reitor da universidade.
De acordo com informações, o estudante foi denunciado pelo reitor por suspeita de depredação do patrimônio público. Ele assistia aula quando três policiais federais e o chefe do setor de segurança e dois guardas da universidade entraram na sala para levar o estudante à sede da PF em Parnaíba.
O professor João Paulo Macedo ministrava a aula e impediu que o estudante fosse retirado à força. Outros estudantes que presenciaram a cena, também se mobilizaram para que os policias militares não levassem o estudante algemado e no camburão.
“Depois de ouvir qual seria a acusação e também ter conversado rapidamente com o estudante, percebi que se tratava de uma ação exagerada e completamente desproporcional por parte da equipe de segurança e da PM. Só liberei o aluno com a garantia de que eu pudesse acompanha-lo até a reitoria, onde esperaríamos por um advogado, para que então fôssemos à delegacia”, relatou o professor João Paulo Macedo.
O professor também comentou que a atitude tomada contra o estudante foi exagerada e que poderia ter sido resolvido de outra forma.
“Foi um ato totalmente arbitrário e autoritário, que precisa ser amplamente repudiado, sobretudo no momento político em que o país atravessa, em que há fortes ameaças aos direitos democráticos e às eleições. O grafite é uma manifestação artística, que não pode ser tratado como crime”, completou João Paulo.
Reprodução
O estudante foi levado à Polícia Federal onde prestou depoimento e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), ele foi liberado logo em seguida e vai responder em liberdade por crime ambiental.
Motivação Política
Representantes do movimento estudantil e da Associação de Docentes da UFDPAR, associação que o professor também é membro, consideraram que a atitude tomada pela reitoria da universidade teve motivação política e teve objetivo de intimidar os movimentos sociais.
De acordo com o professor João Paulo Macedo, os movimentos estão organizando um assembleia geral que deve ser realizada na segunda-feira (29). A assembleia tem como objetivo mostrar para a comunidade acadêmica denuncias feitas pela ADUFPI ao Ministério Público, entre outras pautas, além de pedir o afastamento do reitor e a investigação de irregularidades na administração superior da UFDPAR.
“Ontem realizamos reunião com representantes do movimento estudantil para divulgarmos na comunidade universitária a assembleia geral de quarta-feira. É muito estranho que a detenção de um aluno que participa de atividades do movimento estudantil seja detido em menos de 24 horas depois dessa reunião”, disse.
O Centro Acadêmico de psicologia da instituição se manifestou nas redes sociais repudiando a atitude.
"Acaba de acontecer um caso absurdo e desproporcional dentro da universidade federal delta do Parnaíba. dois alunos expressando sua liberdade artística em um campus que pertence a todos os alunos quase foram retirados algemados pela polícia militar de sala de aula. algo que deveria ser resolvido de maneira administrativa e internamente, foi uma situação de constrangimento e truculência por parte dos policiais e os seguranças da própria universidade. nem preciso dizer qual a cor do aluno que teve que passar por essa situação péssima por um desenho em um banco, né? um caso claro e ABSURDO de RACISMO dentro de um órgão federal e tudo a mando da própria UFdPar que, inclusive, se recusa a se comunicar para resolver a situação de maneira interna e diplomática. convidamos todos vocês para se indignarem e se manifestarem junto com a gente, espalharem a mensagem e exigir que situações como essas não aconteçam mais", finalizou.
Fonte: Portal A10+