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Em um momento de melhora no clima diplomático entre Brasil e Estados Unidos, representantes dos dois países marcaram um encontro para esta quinta-feira (16) a fim de iniciar negociações acerca do tarifaço.
Segundo especialistas, a aposta é que temas como exploração de terras raras, regulamentação das big techs e até mesmo a crise na Venezuela entrem na pauta.

Após o breve encontro dos líderes durante a 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Donald Trump e Lula afirmaram ter dito uma “química excelente” ao se cumprimentarem antes do início do evento.
A interação permitiu um alívio na relação entre os dois. Depois, no dia 6 de outubro, um telefonema entre eles pacificou ainda mais a relação.
Desde agosto, os produtos brasileiros enfrentam uma taxa de 50%, o que fez com que as exportações ao país norte-americano caíssem 18,5% no primeiro mês do tarifaço.
A tensão diplomática entre os dois países teve uma piora após Trump justificar a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos motivos para a aplicação de sanções no Brasil. Recentemente, Bolsonaro e outros sete aliados foram condenados por tentativa de golpe de Estado.
Na última semana, durante coletiva no Salão Oval da Casa Branca, o líder norte-americano disse considerar Lula um “bom homem”.
Em aceno a Trump, o presidente brasileiro voltou a comentar sobre a interação que teve com o líder norte-americano. Segundo o petista, não teria rolado uma “química”, conforme dito por Trump, mas, sim, “pintado uma indústria petroquímica”.
Reunião
Na terça-feira (14), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou em Washington, nos EUA, onde deve se encontrar com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, para discutir a política tarifária americana que afeta exportações brasileiras.
Com a reunião, o Itamaraty espera transformar o impasse em negociação concreta. A avaliação no governo é de que o encontro direto pode abrir caminho para um acordo que reduza as tarifas e restabeleça o equilíbrio na relação comercial entre os dois países.
Diante da boa interação entre os governantes, a expectativa do governo é positiva em relação à reunião. Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos para os norte-americanos.
Nos últimos 15 anos, os EUA tiveram superávit de 410 bilhões de dólares nas relações comerciais com o Brasil. Apesar do tarifaço determinado por Trump, a tarifa adicional de 40% aos produtos brasileiros teve efeito adverso e amargo no cotidiano dos americanos, que sofrem com o aumento de itens como café.
A dúvida
A preocupação que a delegação brasileira leva na bagagem é em relação às imposições que, possivelmente, o governo norte-americano pode fazer.
Ontem, por exemplo, o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou que parte do tarifaço americano imposto a produtos brasileiros está relacionado a “preocupações extremas com o Estado de Direito, a censura e os direitos humanos” no Brasil.
“[No Brasil], um juiz brasileiro assumiu a responsabilidade de ordenar que empresas americanas se autocensurem, dando-lhes ordens secretas para gerenciar o fluxo de informações sobre o Estado de Direito em relação a oponentes políticos no Brasil”, declarou Greer.
Bolsonaristas acreditam que esse direcionamento pode gerar obstáculos às negociações. Assim como apontam a firmeza ideológica de Marco Rubio como empecilho para a retirada das tarifas.
Fonte: R7