Piauí registra maior redução de mortes por infarto e AVC no Brasil com mais de 10 mil pacientes atendidos pelas Linhas de Cuidado da Sesapi - Saúde
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Piauí registra maior redução de mortes por infarto e AVC no Brasil com mais de 10 mil pacientes atendidos pelas Linhas de Cuidado da Sesapi

Com atendimento integrado e reabilitação especializada, estado reduz mortalidade e devolve autonomia a milhares de piauienses


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O Piauí é o estado que mais reduziu mortes por infarto e acidente vascular cerebral (AVC) no Brasil. Em 2020, o estado registrou 913 mortes por AVC. Em 2024, foram 649 – redução de 28,92%. No mesmo período, as mortes por infarto agudo do miocárdio caíram de 1.883 para 1.356 – diminuição de 27,99%. Os números estão relacionados ao atendimento imediato, diagnóstico correto e reabilitação continuada dentro das Linhas de Cuidado do Infarto e do AVC, implantadas pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), desde 2022.

O coordenador das Linhas de Cuidado de Infarto e AVC da Sesapi, médico Benoni Carvalho, destaca a importância do programa e a qualidade dos atendimentos. “As doenças cérebrovasculares e cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Mas, desde a implantação das Linhas de Cuidado, tivemos um avanço significativo na redução da mortalidade. O Piauí foi o estado que mais reduziu mortes por infarto e AVC. Foram mais de 10 mil pacientes atendidos e mais de 1.300 trombólises realizadas. Existe uma rede de suporte que funciona 24 horas, com cardiologistas e neurologistas preparados para atender qualquer paciente nos municípios que participam da linha de cuidado”, explica o coordenador.

  
Piauí registra maior redução de mortes por infarto e AVC no Brasil com mais de 10 mil pacientes atendidos pelas Linhas de Cuidado da Sesapi Divulgação
 
 
 

No Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em Teresina, cada corredor guarda histórias de luta, dor, persistência e renascimento. Entre aparelhos de fisioterapia, música, arte e o apoio contínuo de profissionais comprometidos, pacientes que chegaram sem andar, sem falar, sem se reconhecer no próprio corpo hoje dão passos firmes rumo à autonomia. São trajetórias que mostram, na prática, como a reabilitação transforma vidas e como a atuação da Sesapi tem ampliado o acesso e salvado milhares de pessoas acometidas por infarto e AVC.

Francisco das Chagas Carvalho Batista, 63 anos, morador do bairro Porto Alegre, é um dos rostos mais conhecidos no Ceir. Acompanhado pela educadora física Slania Bastos há cerca de um ano, ele carrega na voz pausada a memória de um longo processo de recomeço. Primeiro veio o AVC isquêmico, em 2002, que lhe deixou sequelas motoras, dificuldades de fala e perda de memória. Anos depois, em janeiro de 2024, quando já avançava rumo à alta, sofreu um grave acidente de trânsito. Ficou um ano afastado da reabilitação e voltou ao centro com novos desafios, incluindo fraturas múltiplas e fraqueza muscular severa.

“Ele chegou com amplitude de movimento muito reduzida e pouco condicionamento físico. Hoje está quase recebendo alta. Recuperou força, equilíbrio, independência e é um paciente muito ativo”, conta a educadora física.

Francisco das Chagas fala, com orgulho, dos pequenos passos que o levaram de volta à vida: aprender a caminhar segurando na parede, reaprender o movimento dos dedos, reconstruir a fala palavra por palavra. Foram meses em cadeira de rodas até voltar a andar com bengala. No processo de reabilitação, ele recebeu atendimentos de fisioterapia, musicoterapia, terapia ocupacional, arte e psicologia. “Eu não falava nada. A resposta vinha aqui dentro, mas eu não sabia lançar. Hoje eu já lanço devagar, mas lanço”, diz, sorrindo, o paciente do Ceir.

  
Com atendimento integrado e reabilitação especializada, estado reduz mortalidade e devolve autonomia a milhares de piauienses Sesapi
 
 
 

Apesar do progresso, ele brinca quando ouve que está próximo da alta. “Não, não. Não quero alta não. Melhor eu vou ficar ainda”, responde de imediato. Para ele, a reabilitação no Centro Integrado virou casa, rotina e porto seguro.

Aos 75 anos, Raimunda Nonata Ramos viveu recentemente um episódio que mudaria sua rotina. A dor de cabeça forte, a tontura repentina, o desmaio. Foi atendida pelo Samu e encaminhada ao Hospital Getúlio Vargas (HGV), onde ficou internada por quatro dias, incluindo passagem pela UTI.

Ela conta que perdeu força no braço e na perna, a boca ficou torta e o corpo parecia não responder. “Eu não senti o braço nem a perna. Cheguei lá só no soro, cheia de aparelhos. Mas fui muito bem atendida. Fiz tudo que era exame, remédio nunca faltou. Graças a Deus melhorei rápido”, comemora Raimunda Nonata, que ainda lida com dormências ocasionais, pressão arterial oscilante e algumas limitações, mas celebra.

“Eu consigo andar sozinha, cuido da casa como posso e sigo acompanhando as orientações médicas. O que eu quero é viver mais”, afirma a paciente do Ceir.

Resultados que salvam vidas e mudam histórias

As trajetórias de Francisco e Raimunda se somam às de milhares de piauienses atendidos, diagnosticados e reabilitados dentro da Linha de Cuidado do Infarto e do AVC. A rede hoje alcança 19 municípios, integrando hospitais, pronto-atendimentos, telemedicina e unidades de referência como o HGV. O projeto contempla as cidades de Teresina, Parnaíba, Campo Maior, Floriano, Picos, Piripiri, São Raimundo Nonato, Oeiras, Bom Jesus, Esperantina, Corrente, São João do Piauí, Simplício Mendes, Uruçuí, Canto do Buruti, Demerval Lobão, Elesbão Veloso, Amarante e Barras, com uso do trombolítico em casos de AVC isquêmico e suporte técnico especializado via telemedicina.

A Sesapi reforça que a expansão da Linha de Cuidado continua garantindo que cada vez mais piauienses tenham acesso ao atendimento rápido, eficaz e humanizado – estratégia essencial para evitar sequelas graves e salvar vidas. “Essa expansão tem sido essencial para salvar vidas. O médico que está em uma cidade menor não fica mais sem apoio técnico, o que reduz o tempo de atendimento e aumenta as chances de recuperação do paciente”, destaca Dirceu Campêlo, superintendente de Média e Alta Complexidade da Sesapi.

Para pacientes como Francisco das Chagas e Raimunda Nonata, essa rede não significa apenas números – significa continuar andando, falando, vivendo. Significa esperança.

Fonte: Governo do Piauí


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