A juíza Júnia Maria Feitosa Bezerra Fialho condenou por crime de latrocínio os acusados do assassinato do empresário Petrônio Nunes, de 60 anos, com um tiro no peito durante assalto a uma casa lotérica no Centro de Teresina, em 13 de março desse ano. Isac da Silva Nascimento, Gleison Ferreira Silva e Jaciara Pires Rodrigues foram sentenciados a cumprirem, ao total, mais de 90 anos de prisão.
Individualmente, Gleison, que deu o tiro que matou a vítima, deverá passar 33 anos de reclusão e cumprir 27 dias-multa. Ele encontra-se detido desde o dia 14 de março. No dia do crime, ele fugiu com uma quantia de R$ 1.250,00. Isac, que teria auxiliado na fuga utilizando um carro, foi condenado a 29 anos e dois meses de reclusão, além de 20 dias-multa. Jaciara, denunciada por fornecer a utilizada no crime, deverá cumprir pena de 31 anos e seis meses de reclusão.
Eles deverão também pagar indenização de R$ 100 mil à família do empresário. "Em razão do sofrimento a que passa a família da vítima, fato que se observou durante a audiência, especialmente a oitiva de seu filho, fixo, como valor mínimo de indenização, o requerido pelo Ministério Público, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil reais)", explicou a magistrada.
Gleison e Isac ficarão reclusos na Penitenciária Irmão Guido pelo crime de latrocínio. Jaciara foi encaminhada para a Penitenciária Feminina de Teresina. A magistrada destacou ainda que os indivíduos seriam integrantes da facção criminosa PCC, e portanto, as prisões reforçam que eles devem permanecer fora do convívio social diante da alta periculosidade.
Relembre o crime
Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo A10+ mostram o momento em que o empresário Petrônio Nunes, de 60 anos, tentou proteger o filho e reagiu durante o assalto à lotérica na Avenida Campos Sales, no início da tarde do dia 13 de março. Ele foi alvejado com um disparo no peito e não resistiu.
O registro mostra o exato momento em que o criminoso consegue ter acesso ao local e anuncia o assalto. O filho da vítima se rende e se deita no chão, porém, momentos depois, Petrônio reage e acaba sendo alvejado.
Ao A10+ o Soldado do Carmo, da Rone, relatou que o suspeito aproveitou que os filhos do dono estavam trocando de turno para realizar o assalto. Desde o momento do crime, equipes policiais estão em busca do criminoso. "O elemento veio na hora da transição dos filhos dele, um saiu para almoçar e o outro chegou. Quando o outro chegou, ele estava só enrolando aqui na lotérica, quando ele abriu a porta, ele deu um chute na porta e começou a pedir dinheiro, com o pai dele e o filho lá dentro. O ladrão saiu correndo e o pai saiu junto atrás e ele só fez virar e deu um tiro", disse.
A vítima ainda chegou a ser encaminhada para o hospital, mas não resistiu. O caso foi investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Horas depois do caso, a Polícia conseguiu apreender dois veículos, uma moto e um carro, que foram usados na fuga dos envolvidos do crime.
Prisões
Isac da Silva Nascimento foi identificado e preso no mesmo dia. Ele utilizava tornozeleira eletrônica e foi acompanhado pelos policiais até o momento da sua prisão na Avenida Poti, no bairro Mafrense, zona Norte da capital. A suspeita da polícia é que Isac tenha sido o piloto de fuga do crime. Ao analisar o celular do preso, conversas revelaram que ele teria participado ativamente do crime. Isac teria entregado o veículo utilizado no crime, um Sandero preto. O preso possuí uma extensa ficha criminal com uma condenação por roubo e posse de drogas além de outros processos pelos mesmos crimes.
Gleison Ferreira Silva, acusado de matar o empresário Petrônio Nunes, 60 anos, foi preso em 15 de março na sua própria residência, na Vila Apolônia, região do bairro São Joaquim, zona Norte de Teresina. A informação foi confirmada ao A10+ pelo delegado Jorge Terceiro. O bandido, que desde o crime estava foragido, possui uma extensa ficha criminal e responde por diversos processos. Com ele foram encontrados um tablet e um celular. O A10+ apurou que ele estava tentando apagar algo nos aparelhos no momento da prisão.
A arma do crime foi encontrada horas depois com um adolescente. De acordo com a Secretaria de Segurança do Piauí (SSP-PI), Gleison Ferreira responde a 5 processos na Justiça, com duas condenações. Dentre os crimes que ele responde estão corrupção de menores, receptação, homicídio qualificado, tráfico de drogas e roubo.