Duas adolescentes confessaram envolvimento no assassinato de Joycilene Nascimento Silva, de 32 anos. O caso aconteceu na cidade de Timon, no Maranhão, e segundo o delegado Otávio Chaves, o crime teve envolvimento de sete pessoas. Joycilene foi torturada e jogada no Rio Parnaíba após comparecer a uma festa na Rua 100, em Timon, cidade onde residia. Em entrevista ao A10+, a mãe de Joycilene Nascimento revelou magoa da irmã da vítima e que a família ficou destruída após a morte.
''Elas relataram envolvimento, alegaram que estavam sob efeito de álcool e que imaginaram que a vítima era de um bairro que predomina uma facção rival e acabaram colaborando com a morte da vítima'', afirma o delegado Otávio Chaves ao A10+.
O mistério a cerca do assassinato de Joycilene Nascimento vai sendo desvendado pela polícia. Além do envolvimento dos adolescentes, a suspeita é que pelo menos seis pessoas tenham participado do assassinato. Outro fato destacado pelas investigações é que tanto Joycilene como a irmã, Valcira Carvalho, 25 anos, não tinham passagens pela polícia ou qualquer envolvimento com facções criminosas.
''A gente não tem qualquer informação dela (a irmã), com envolvimento com crime. Ela simplesmente mora em um bairro diferente do da irmã e talvez por isso não tenha sido tão alvo como a Joycilene. Talvez ela não tenha pensado muito na hora, estavam num momento de festividade e você acha que nunca vai acontecer'', conta o delegado.
Dentre o material avaliado pela polícia está um vídeo em que três menores de idade e um maior aparecem sendo julgados pelo tribunal do crime por terem matado Joycilene sem que a jovem estivesse envolvida com a criminalidade. Segundo o delegado Otávio Chaves, o quarteto que aparece no vídeo foi identificado. Os dois rapazes conseguiram fugir e as adolescentes prestaram depoimentos confessando o crime.
''Muitas pessoas participaram dessa agressão, não foram só aquelas quatro pessoas que aparecem no vídeo. Tem muita gente que está tentando se esconder. A gente está identificando aos poucos e vamos chegar em todo mundo. Já temos os nomes e estamos em buscas para identificar essas pessoas'', encerra o delegado.
Horas depois do desaparecimento, a família de Joycilene recorreu as imagens do circuito de segurança do Clube do Zagalo, local em que Joycilene estava antes de ir ao baile de reggae. No vídeo, a vítima aparece sendo conduzida com um homem, em cima de uma motocicleta, para o baile de reggae onde foi morta. O delegado esclareceu que o motoqueiro, que não foi identificado, não tem envolvimento com o assassinato.
Agora a polícia trabalha para conclusão do inquérito. A expectativa é que os adultos sejam indiciados e os adolescentes encaminhados para a Delegacia do Menor Infrator onde o delegado deve tomar as medidas cabíveis.
Irmã de Joycilene Nascimento fala pela 1ª vez sobre o caso: "Não sou de facção, não tive culpa"
A dona de casa Valcira Carvalho, 25 anos, falou com exclusividade com o Balanço Geral Piauí, da TV Antena 10, sobre o caso de sua irmã, Joycilene Nascimento, que foi encontrada morta no rio Parnaíba, na última terça-feira (06) em Teresina. Ela foi a última pessoa que esteve com a vítima antes dela ter sido levada por supostos faccionados para o temido 'Tribunal do Crime'.
A irmã paterna da vítima quebrou o silêncio e relembrou os últimos momentos que teve com Joycilene. Valcira citou que estava bebendo na casa da mãe da vítima e de lá elas foram para um clube de reggae, em Timon, a convite de um rapaz.
"Começamos a beber na casa da mãe dela, quando foi a noite fomos para o Clube Zagalo e de lá para outro bar, quando saímos veio o acontecimento. Conhecemos esse menino, fomos para mesa dele e de lá ele foi nos deixar na Jamaica. Eu não lembro muito bem, estava alcoolizada, ele só foi deixar e voltou, depois ficou eu e ela na mesa", narrou.
Mãe de Joycilene revela mágoa da irmã
Diferente da movimentação vista na rua de Joycilene quando a jovem ainda estava desaparecida, o que se encontra no local, 16 dias após o assassinato, é a dor da família. Em entrevista a TV Antena 10 e ao portal A10+, a mãe de Joycilene, Maria do Socorro, revela que hoje a família está destruída. Ela conta que mesmo sabendo que sua filha foi morta por jovens integrantes de facções, a mágoa maior é da irmã de Joycilene, Valcira Carvalho, que não ajudou a vítima e teria entrado em contato com a família horas depois da irmã ter sido capturada.
''Essa irmã dela não é irmã por que ela levou minha filha. Lá ela conhece todo mundo e porque que ela não se manifestou para falar é minha irmã, ela não é de nada não, ela só veio aqui mais eu, ela é casada. Por que ela correu? A mágoa que eu tenho é dela, porque que ela não veio avisar antes. Ela entrou na minha casa três vezes. Esperou amanhecer o dia para vir dizer. Friamente. Ela sabendo que esse monte de gente pegou minha filha ela sabia que mataram minha filha. Poderia ter sido evitado e minha revolta é dela que ela que levou a minha filha'', desabafa a mãe da vítima.
Joycilene deixou cinco filhas e um esposo. A mãe de Joycilene fala da dor que a família vem enfrentando: ''Nós estamos mal demais. Minhas netas, as filhinhas dela, a irmã que entrou em depressão, precisando de psicólogo e um monte de coisa. Minha filha foi que se acabou e ficou as filhas dela aí jogadas. Eu digo jogadas porque mãe é mãe. Eu não vou substituir a mãe delas, eu sou só avó. O amor de mãe elas perderam para sempre'', finalizou.
Relembre o caso
Joycilene Nascimento Silva, 32 anos, mãe de cinco crianças, foi encontrada morta nesta terça-feira (06) no rio Parnaíba, em Teresina. A vítima, segundo a família, foi vista pela última vez em baile reggae em Timon, no Maranhão, no último domingo (04). Os familiares alegam que ela foi morta por engano.
Maria do Socorro, mãe da vítima, conversou com o A10+ e falou sobre a filha. Segundo ela, Joycilene não tinha passagens pela polícia. Ela desapareceu no domingo quando saiu de casa com a irmã paterna para ir para o Clube Zagalo, o local fica atrás de sua residência onde vítima costumava frequentar.
Depois de passar um tempo no clube, a irmã e Joycilene foram para um baile de reggae na rua 100, em Timon, onde foi vista pela última vez. De acordo com testemunhas, a vítima foi abordada por algumas pessoas, que não foram identificadas, onde foi agredida, torturada e jogada no rio.
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