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Economista Jivago Gonçalves fala sobre alta dos alimentos, inflação, governo Lula e cenário atual brasileiro; assista

O economista foi o décimo primeiro convidado do A10Cast, exibido neste domingo (30) na TV Antena 10


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O economista Jivago Gonçalves foi o décimo primeiro convidado do A10Cast, exibido neste domingo (30) na TV Antena 10. O especialista falou sobre inflação, alta dos alimentos, cenário atual e muito mais. 

Jivago destacou que o país teve indicadores positivos e o crescimento do ano passado foi até positivo, mas ele caracteriza o cenário atual como desafiador. A inflação está em crescente aceleração e a tendência é que o crescimento econômico seja menor do que em 2024. 


“Tem alguns indicadores que são positivos, como por exemplo o mercado de trabalho que está bastante aquecido. No ano passado a gente chegou a uma taxa média de desemprego de 6,6%, que é bastante baixa. Então na parte do mercado de trabalho estamos bem; o crescimento econômico foi bom ano passado, em 3,4%. Mas nem tudo são flores. Nós temos a questão da inflação, que foi de 4.83% no ano passado; acima da meta e lembrando que essa meta é estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Era uma meta de 3%, podendo chegar a 4,5%; A gente extrapolou um pouco. A inflação está se acelerando e a expectativa é que seja maior do que o ano passado e a tendência é que o crescimento econômico seja bem menos do que o ano passado. Algo em torno de 1.99%”, explica.

Além disso, o economista afirma que além do cenário nacional, o contexto internacional complexo também afeta nossa economia. “Por conta da guerra da Rússia com a Ucrânia impacta a gente e teve também a mudança da presidência dos Estados Unidos. O Trump decidiu taxar vários produtos de vários países e os estudos econômicos mostram que quanto mais liberdade econômica melhor. Ele está indo na contramão disso e está taxando vários produtos e tende a ter um impacto inflacionário no mundo todo e um impacto negativo no crescimento econômico”, completa. 

A economia na prática

Jivago Gonçalves destacou que entender economia é entender sobretudo o contexto do Produto Interno Bruto (PIB).  “Na prática,  a gente está avaliando o PIB, que soma em termos de valores monetários todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território nacional no decorrer do determinado período de tempo. Quando eu digo que o PIB cresceu 3,4% no ano passado, significa dizer que a produção de bens e serviços finais na economia aumentou 3,4%. Isso daí é importante sobretudo porque se você está aumentando essa produção, você está gerando riqueza para as pessoas e a riqueza vai ser gerada a partir do aumento dessa produção e por consequente, essa é uma das razões desse mercado de trabalho está aquecido. As pessoas não sentem tantos esse indicador, elas sentem os preços quando vamos nos supermercados”, afirma. 

  

O economista Jivago Gonçalves foi o décimo primeiro convidado do A10Cast TV Antena 10

   

A alta no preço dos alimentos

O especialista comentou sobre as ações do governo que afetam todo o ecossistema econômico, como o exemplo do Piauí, anunciou a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos da cesta básica. A medida, que entra em vigor a partir de 1º de abril, busca aliviar o custo dos alimentos para a população. No entanto, a tendência é que o impacto disso não seja como o esperado. 

“Foi uma boa medida e é importante, mas isso aí, o tempo dirá. A tendência é que não seja um impacto grande, como as pessoas esperam e gostariam que fosse. A raiz do problema no aumento do preço dos alimentos tem a ver com o clima e as mudanças climáticas que os gestores não costumam levar em conta e isso tem prejudicado a produção agrícola. A gente tem vários itens, como o café, que é uma questão de perda de safra no Brasil, no Vietnã, que é um dos maiores produtores mundiais de café e essas mudanças faz com que se reduza a oferta desses produtos no mercado e por consequente, o aumento de preços. Aqui a safra é transportada por rodovia, o combustível está muito caro e isso encarece. O imposto é apenas um dos componentes e ajuda, mas não resolve o problema.”, contextualiza. 

Financiamentos

O economista citou as taxas bancárias e destacou que para quem deseja financiar um bem, o momento é delicado. No entanto, a tendência é de queda para ano que vem e ele indica uma poupança para uma boa entrada, seja no carro ou em casa. 

“É um momento bastante delicado, pois as taxas de juros estão bastante elevadas . Lógico que cada pessoa tem sua situação financeira. Se você já tem uma boa poupança e quer adquirir sobretudo casa, que é o sonho do brasileiro, vale a pena fazer esse investimento e cada caso é um caso. Tendo que financiar quase tudo, aí você vai pagar taxa de juros, mas se você procurar fazer uma poupança e esperar essa taxa de juros cair - a tendência é que caia a partir do próximo ano - e aí você com um valor para dar entrada, seja na casa ou no carro, você dar esse valor de entrada e o restante você financia”, afirma. 

Governo Lula

Jivago destacou o gasto do governo Lula e teceu críticas a atuação do governo nesse sentido. Para ele, é preciso uma reforma administrativa para o estado aumentar a eficiência dos recursos públicos.

“Isso é acho que é histórico no Brasil. Gastar mal não é só do governo Lula. Se você for estudar as raízes da inflação, nos diversos países do mundo, sempre tem um pé na questão fiscal. E uma das raízes no Brasil é o gasto público descontrolado e de modo geral quando você percebe a inflação acelerando muito, sempre vai ter um pé na questão do gasto público. E respondendo objetivamente, sim. A gente gasta muito mal. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, algo em torno de 34% do PIB. Ou seja, mais ou menos um terço de tudo que produzimos aqui no Brasil, vai para o governo. Cabe a ele gerenciar esses recursos e investir em infraestrutura, educação, saúde e segurança. Só que se você for perguntar para o brasileiro se ele está satisfeito com essa prestação de serviço de modo geral, não. A gente paga imposto como país desenvolvido, mas recebe serviços de países de terceiro mundo. Precisa ser feita uma reforma administrativa, ser repensada a questão do estado para aumentar a eficiência do gasto público.É um desafio para o governo Lula e esse desafio não é de agora”, finaliza.  

Fonte: Portal A10+


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Sob o comando de Lídia Brito

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