📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.
O convidado desta semana do A10Cast, podcast da TV Antena 10, foi o delegado Alisson Landim, que está à frente da Delegacia de Repressão a Crimes Virtuais. Durante a entrevista, ele falou sobre os tipos de golpes mais comuns, a lógica de quem os pratica, o perfil das vítimas e como se proteger nesses casos.
Segundo o delegado, os crimes virtuais estão cada vez mais sofisticados. Ele destaca a importância de a população estar atenta e atualizada sobre os cuidados no ambiente digital.
“Infelizmente há uma grande criatividade para várias modalidades de crimes virtuais, estelionato, fraude eletrônica. Temos o golpe do falso parente, que funciona quando uma pessoa entra em contato com você com a foto do filho, do irmão, falando que trocou de número e precisa de alguma coisa de urgência, como arrumar o carro, um procedimento médico. Com a distração e esse senso de urgência que o criminoso cria, a pessoa acaba abaixando a atenção e mandando o dinheiro. Eles pegam fotos que encontram em perfis abertos, pegam informações privilegiadas das vítimas, descobrem telefone. É muito importante ter cuidado com o que expõe nas redes sociais. Quem receber esse tipo de mensagem, ligue para o contato salvo do seu filho, por exemplo, perguntando se realmente trocou de número”, disse o delegado.
Landim alertou sobre a popularização de jogos ilegais e comentou a recente Operação Jogo Sujo, no Piauí, que teve como alvo diversos influenciadores digitais acusados de divulgar esse tipo de conteúdo.
“As plataformas do jogo do tigrinho são feitas para atrair atenção. Além de cores atrativas, dinâmicas atrativas, é feita para viciar o usuário. Eles provêm pequenos ganhos, mas no final a perda vai ser maior. No início eles dão pequenos ganhos para agarrar a vítima. Existem pesquisas que falam que o vício no jogo é correlato ao tabagismo e alcoolismo; é um problema muito sério. Essa crendice popular de enriquecer instantaneamente tem que ser ultrapassada. Os criminosos usam dessa ganância para tirar o dinheiro, seja do jogo do tigrinho quanto de outros”, disse.
Outro golpe citado foi o das falsas casas de investimento, onde criminosos criam aplicativos fraudulentos que simulam rendimentos altos.
“Temos também o golpe de falsas casas de investimento. Eles desenvolvem um aplicativo falso, você coloca seu dinheiro e eles dizem que estão aplicando seu dinheiro. Lá você vê vários ganhos surreais, só que depois você não consegue ganhar. Ou às vezes consegue sacar na primeira vez e depois não consegue mais. Eles pegam o dinheiro de um e jogam para outro para agarrarem o usuário. Depois o criminoso some com o dinheiro”, explicou.
O delegado ainda falou sobre a atuação de influenciadores na promoção dessas plataformas. “Geralmente essas plataformas oferecem conta demo para que o influenciador finja que está jogando. Existem casos que eles colocam comprovantes falsos de que receberam certa quantia do jogo do tigrinho. Tem toda uma questão de induzir o consumidor ao erro, que é um crime também. A partir daí vem uma decorrência de crimes em cascata que podem acontecer, a depender do caso. Como esse dinheiro é ilícito, para regularizar esse dinheiro você vai precisar injetar ele em bens lícitos, e isso pode configurar lavagem de dinheiro, organização criminosa”, afirmou.
Outro golpe em destaque foi o da falsa central de banco, em que o criminoso se passa por funcionário da instituição financeira para obter dados da vítima.
“Existe também o golpe da falsa central de banco; você recebe uma ligação de alguém dizendo que é da central do banco, esse contato pode vir de um número de telefone desconhecido ou pode vir mascarando um número. Geralmente ele fala que identificou uma compra que foge do padrão de consumo, coloca um valor exorbitante e a pessoa fala que quer cancelar, que não foi ela. Ele diz que vai fazer um procedimento de segurança e pede seus dados bancários”, disse.
O delegado ressaltou ainda a importância da formalização da denúncia por parte das vítimas em determinados casos. “Em alguns casos é necessário que a vítima faça representação criminal dentro de um prazo de 6 meses, então ela tem que mostrar o desejo dela de prosseguir com aquilo”, afirmou.
Durante o episódio, Alisson Landim também deu mais detalhes sobre golpes relacionados a falsos empréstimos, links fraudulentos dos Correios e boletos falsificados para pagamento de contas. O A10Cast vai ao ar todo sábado, às 13 horas, na TV Antena 10. O programa também é disponibilizado na íntegra no YouTube após exibição na TV. Siga o perfil no instagram: @a10cast.
Fonte: Portal A10+