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A ex-deputada Margarete Coelho (PP) participou do programa Bancada Piauí, da TV Antena 10, nesta segunda-feira (31). Apontada como nome da oposição para o pleito de 2026 ao Governo do Estado, a advogada falou sobre o apoio de lideranças partidárias à sua candidatura, críticas ao governo e mais.
A ex-governadora destacou que já autorizou ao Partido Progressistas fazer sondagens com seu nome para as eleições do ano que vem e afirma que está animada e determinada. Além disso, Margarete destaca as mensagens de apoio que tem recebido por onde passa. "O meu partido já me consultou, eu já autorizei que sejam feitas sondagens em torno do meu nome. Estou realmente muito determinada e estou inclusive bem animada, porque onde eu tenho passado, a possibilidade da oposição estar se organizando, se fortalecendo, escolhendo nomes, conversando, construindo um projeto, tem animado muito as pessoas, lideranças, lideranças medicinais, jovens e acadêmicos, na igreja, no supermercado, na farmácia, o que eu tenho recebido de palavras de, sabe, de ânimo, de incentivo, tem sido uma coisa assim emocionante, muito legal", afirma.
Margarete pontuou ainda o que esperar do seu nome na próxima campanha. Nós vamos pra debater o Piauí. Agora não esperem de mim aquela baixaria, transformar uma campanha numa rinha. Não existe isso com relação a mim. Agora esperem um debate firme, um debate qualificado, esperem um debate sincero e sério que vocês vão ter. Esperem e verão”, completa.
‘O Piauí real’
Margarete destacou também a importância do debate do ‘Piauí real’, como uma crítica a atual gestão e seu posicionamento nas redes sociais. “Economia, educação, saúde, como estamos? Como os empresários estão se sentindo em relação ao Piauí? Que tipo de investimento nós estamos atraindo para o Piauí? Esse debate é um debate necessário. Nós não podemos ficar nos convencendo pelo que estamos vendo na internet, nas redes sociais. Enfim, este não é o Piauí real. O Piauí real é aquele da dona de casa que não pode sentar na calçada, que não consegue colocar ovo na mesa, que o café está tão caro que ela tem que economizar no pó. Esse é o Piauí real”, dispara.
A ex-deputada também questionou a legalidade do ICMS sobre a energia solar no Piauí e destacou que muitos micro produtores investiram e agora estão se deparando com a cobrança. De acordo com Margarete, o imposto não tem base legal e a discussão em torno é para dar interpretação sob a luz da constituição.
“O governador fala muito de energia limpa, de energia renovável, vamos estimular, é hidrogênio verde, enfim. Vamos falar de novo do Piauí Real. No Piauí Real, muitos pequenos e microprodutores de energia, pessoas que investiram, montaram sua mini-usina, estão produzindo para si, para o seu consumo pessoal, mas os excessos, aquilo que sobra, é injetado na rede e fica ali como que depositado à disposição dele. É como se fosse um empréstimo dessa energia excedente que ele produziu para o sistema de eletrificação, o sistema da equatorial. Só que o Estado do Piauí entendeu de cobrar ICMS sobre esse depósito. Ora, primeiro que a resolução da ANEEL não autoriza essa cobrança. Segundo que a base de cálculo, o fato gerador do ICMS, é a circulação de mercadoria. Não há circulação de mercadoria, não há uma troca de propriedade dessa energia excedente. Então várias pessoas que confiaram que essa modalidade é isenta de imposto, investiram, compraram seus equipamentos e agora estão se vendo na obrigação de pagar um imposto que não é devido, um imposto que não tem base legal. Então o que nós queremos é dar interpretação conforme a constituição a esse artigo da nossa lei do ICMS”, afirma.
Questionada sobre a candidatura e a possibilidade de uma governadora mulher, Margarete Coelho pontuou que as mulheres cada vez mais estão conscientes politicamente e o Piauí pode sim ter uma gestora, a exemplo do seu nome.
“Acontece que agora as mulheres estão cada vez mais se dedicando à política. E mais, estão cada vez mais conscientes que são elas que elegem, já que são a maioria do eleitorado. Então não há porquê não termos uma candidata. O Piauí nunca teve uma candidatura competitiva de mulheres. Nós fomos duas vice-governadoras que assumimos o governo do estado do Piauí, mas está na hora do povo ir à urna. Das mulheres irem às urnas, dos jovens, 60 mais, irem às urnas e dizerem sim também para uma mulher. Para uma gestão, é diferente de homem? Não é. O homem também pode ser um bom gestor. Acontece que o mundo é feito de homens e mulheres. Está na hora sim da gente ter uma governadora”, reitera.
‘Governo dando com uma mão e tirando com outra’
Margarete também afirmou que acredita que o aumento da alíquota geral do ICMS vai ter um impacto maior do que a medida que busca levar a isenção dos produtos da cesta básica, que entra em vigor a partir de amanhã. De acordo com a Lei n° 8.558/2024, a alíquota do ICMS no Piauí será de 22,5%. Para a ex-deputada, isso afugenta empresários e futuros investidores.
“Aliás é uma praxe do Piauí aumentando anualmente o ICMS aos poucos, mas dessa vez foi um aumentão né? Foi de 21% para 22%. Eu fui vice-governadora entre 2015 e 2018, e a alíquota do ICMS era 17%. E a situação do Piauí era igual à que está hoje. Então nós estamos, o governo está dando com uma mão e tirando com a outra. Então a partir de amanhã, vamos lá gente, combustível mais caro, energia mais cara, tudo mais caro a partir de amanhã. Por quê? Porque o ICMS é o imposto que incide sobre quase tudo que a gente compra. Então a vida vai ficar mais difícil. Se estava difícil, vai piorar e muito agora. Porque inclusive nós estamos correndo o risco de afugentar investimentos que poderiam vir para o estado do Piauí. E que não vão vir porque esse ambiente de negócios é muito ruim. Você aumenta o ICMS todo dia e isso gera uma insegurança. Eu não sei, eu investidor de fora, não sei quanto vai ser ano que vem a alíquota do ICMS pode vir e destruir todo o meu investimento, o meu capital. Então, gera uma estabilidade, afugenta empregos, afugenta investidores, porque quando aumenta o ICMS, todo mundo paga. O empresário paga mais e, obviamente, repassa isso para os produtos. E nós vamos pagar mais caro”, dispara.
Margarete afirma que o Piauí está indo na contramão e questiona a gestão atual. “Eu acho que o Piauí está indo na contramão absurdamente. Só quatro ou cinco estados brasileiros aumentaram a alíquota geral do ICMS agora. Piauí foi um deles e foi um dos que deu o maior, aliás, foi o que deu o maior índice de aumento. Então, para quem diz que quer atrair investimentos para o estado do Piauí, que inclusive abre um órgão público, investe Piauí só para atrair investimentos, realmente é de novo fazendo com uma mão e desmanchando com a outra”, completa.
Racha em Parnaíba
Margarete também comentou a crise política em torno da prefeitura de Parnaíba, protagonizada pelo atual prefeito e a deputada Gracinha Mão Santa. A ex-deputada afirma que os dois são grandes líderes e que inícios de gestão são assim, mas que a situação irá se normalizar. Ela afirma que o senador Ciro Nogueira e o presidente do PP, Joel Rodrigues, já mediaram o atrito.
“São dois jovens líderes. Eu entendo que esses inícios de governo são assim mesmo, muito tumultuados, eu já vi muitos governos começarem. E na hora de você cumprir os compromissos de campanha, os acordos de campanha, de conseguir, vamos dizer assim, agasalhar, de conseguir atender todos aqueles que participaram da grande batalha da campanha, todos aqueles que foram saudáveis na campanha, você organizar e organizar isso com os compromissos é muito difícil. Eu acho que passado esse momento, as coisas se acomodam e eles voltam a conversar, porque começaram políticas juntos e com certeza vão se entender. O senador Ciro já entrou em campo, já está conversando com ambos, Joel Rodrigues já entrou em campo”, pontua.
Além disso, a ex-governadora também criticou deputados da oposição que migraram para o governo. Ela afirma que é antiético e defende que eles devolvam o fundo partidário, pois se elegeram com o partido da oposição e com o povo que acreditam na oposição.
“A Assembleia Legislativa sem dúvida é um grande palanque, é uma grande caixa de ressonância e a oposição tem que usar bem essa caixa de ressonância para conversar com o povo, para conversar com as pessoas. Infelizmente, é típico da nossa política no Brasil, e aqui do Piauí é muito forte isso, pessoas se elegerem por um partido, usarem o capital político desse partido, usarem o fundo partidário desse partido, o povo os colocar na oposição, e o primeiro compromisso que eles quebram não é com o partido, é com o povo. Se as pessoas colocaram este ou aquele deputado na oposição, é ali que ele deve ficar. Quando ele não fica, o primeiro compromisso que ele desencontrou foi com o povo. E depois, com o partido da minha parte, eu advogo que eles devolvessem o fundo partidário. Isso é uma apropriação indébita do fundo partidário. Não é bonito ver isso, não, é no mínimo antiético”, destaca.
Fonte: Portal A10+