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Nesta terça-feira (17) o blog errou, assim como a imprensa nacional, ao divulgar que Jair Bolsonaro era um dos indiciados pela Polícia Federal no inquérito que apura um esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência durante o seu governo, caso que ficou conhecido como "Abrin Paralela". Apesar da investigação o colocar como um dos principais beneficiários, chegando a considerá-lo como "responsável criminalmente", o ex-Presidente ficou fora do indiciamento.
O relatório sugere que Bolsonaro tinha pleno conhecimento das atividades, não interveio para impedi-las e utilizou os dados obtidos pelo dispositivo FirstMile para perseguir ministros do STF, deputados, senadores, jornalistas e adversários políticos.
A estratégia da PF, conduzida pelo delegado Daniel Brasil, foi de não incluí-lo na nova leva de indiciamentos – que totalizam 36 pessoas, entre eles Carlos Bolsonaro, acusado de operar o “gabinete do ódio”, Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, apontado como líder da rede criminosa, e Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da Abin, por obstrução de Justiça.
A justificativa da PF é técnica: Bolsonaro já responde por organização criminosa no inquérito da Operação Contragolpe, instaurado após o golpe de janeiro de 2023, que inclui o uso ilegal da Abin no contexto da tentativa de golpe. Assim, um novo indiciamento no âmbito da “Abin Paralela” seria redundante.
Resta agora à Procuradoria-Geral da República analisar se apresentará denúncia adicional no Supremo Tribunal Federal, ou se manterá Bolsonaro exclusivamente vinculado ao inquérito do golpe — decisão que moldará os próximos passos jurídicos.
Além de Carlos Bolsonaro, Ramagem e Corrêa, também foram indicadas dezenas de servidores e agentes da Abin por crimes como interceptação ilegal, organização criminosa e prevaricação, reafirmando a gravidade do uso político da inteligência estatal.
Fonte: R7