Após acordo, frota de ônibus deve voltar a circular nas zonas Leste e Norte de Teresina - Cidades
CRISE NO TRANSPORTE PÚBLICO

Após acordo, frota de ônibus deve voltar a circular nas zonas Leste e Norte de Teresina

Consórcios das duas zonas acordam para reajuste de ticket alimentação, salário e plano de saúde


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O transporte urbano em Teresina deve voltar a circular nas zonas Leste e Norte da capital nas próximas horas desta quinta-feira (23). Ao A10+ o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro) informou que a assinatura da ata que conclui o acordo entre empresários e trabalhadores das duas zonas deve ser feita no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PI) para que o sistema retome ainda esta manhã. 

O presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, criticou os empresários dos consórcios da Zona Sudeste (Consórcio Theresina) e zona Sul (Consórcio Sul) que negam diálogo com a categoria. Nessas zonas a greve deve seguir. 

  

Antônio Cardoso, presidente do Sintetro
Jade Araújo / A10+

   

Estão de greve porque não há acordo. Inclusive uma das zonas é do presidente do Setut que diz não ter condições de pagar esse valor. Fomos notificados que a greve é ilegal, como se ninguém soubesse da nossa greve. A nossa greve é por falta de convenção e o consórcio da zona Sudeste até hoje não pagou os trabalhadores, descumprindo uma ordem judicial sob pena de multa. Eles nunca recorreram. Eles são estão confiantes que não vai ter nada que nem recorreram. É um absurdo. A Justiça tem que resolver esse problema. Quando é para nós tem validade (decisão) quando é para o setor patronal é amaciado. Não concordamos com isso”, afirma Antônio Cardoso. 

Já o acordo feito para as zonas Leste (Consórcio Sul) e Norte (Consórcio Urbano), foi o aumento do ticket alimentação, saindo de R$ 150 para R$ 350, plano de saúde, saindo de R$ 60 para R$ 80, e 6% de reajuste salarial - divida em duas vezes com pagamento imediato da primeira parcela e a segunda quando for pago o subsídio do Governo do Piauí. 

A greve do transporte urbano de Teresina completa 10 dias nesta quinta-feira (23). O movimento iniciou após uma série de paralisações e impasses sobre o pagamento de subsídios e salários  entre o Setut e a Prefeitura. Além da convenção, os trabalhadores lutam pelo reajuste salarial, além de outros benefícios. 

Na quinta-feira (17), cobradores, motoristas e estudantes se mobilizaram em ato para reivindicar o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores do transporte e o direito à mobilidade urbana na capital. Na ocasião, o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, afirmou que a categoria se nega a negociar com o Setut e denunciou o suposto desinteresse da prefeitura para dialogar com a classe.

Em entrevista à TV Antena 10, o prefeito Dr. Pessoa disse que resolveria o problema do transporte coletivo ainda esse mês, mas não mencionou como. O Sindicato patronal alegou que a prefeitura deve repassar R$ 5 milhões para manter o sistema funcionando dentro da normalidade.

A prefeitura, por meio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), também se comprometeu a repassar na semana passada R$ 1,5 milhão para o Setut  na tentativa de encerrar a greve dos trabalhadores, mas o sindicato patronal informou que o valor ainda não foi repassado.

Decisões

O desembargador do TRT, Téssio da Silva Torres, estabeleceu a circulação de 100% da frota nos horários de pico, sendo pelo menos três horas pela manhã (de 6h às 9h) e três horas no final do dia (de 17h às 20h), de segunda a sexta-feira, e, aos sábados, das 6h às 9h e das 12h às 15h. Nos demais horários e domingos a categoria deve assegurar o funcionamento de 80% da frota. Na decisão, ele prevê ainda multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento. 

  

Sem solução, greve dos motoristas e cobradores de ônibus completa uma semana em Teresina
TV Antena 10

   

Ainda na semana passada, a juíza titular de Vara do Trabalho, Thania Maria Bastos Lima Ferro, do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI), determinou que as empresas responsáveis pelo transporte público de Teresina realizassem o pagamento do salário referente ao mês de fevereiro aos cobradores e motoristas. De acordo com o documento, obtido pelo A10+, o descumprimento da decisão pode gerar multa de R$ 1 mil por dia sobre cada trabalhador.

Impasse

O presidente da Câmara Municipal, o vereador Enzo Samuel, alegou que vai acionar o poder judiciário, caso a Prefeitura não resolva a situação do transporte público da capital em 30 dias. Há mais de um mês, os vereadores de Teresina entregaram ao prefeito de Teresina um conjunto de medidas de consenso entre os líderes dos blocos partidários para a crise no transporte público.

“Tempo da escravidão já passou”, diz Sintetro 

"Desembargador, com todo respeito, olhe para nossa situação... passou o tempo da escravidão, nós queremos dignidade e respeito", descreveu Antônio Cardoso, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sintetro) sobre a decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI) que determinou a circulação de 100% da frota dos ônibus nos horários de pico durante a greve em Teresina.

  

Motoristas e cobradores fazem duras críticas ao prefeito e empresários do Setut
Jade Araújo / A10+

   

O presidente do Sintetro lamentou a decisão do TRT-PI e teceu duras críticas ao Setut que, segundo ele, não cumpre a ordem da Strans para circulação de mais de 200 ônibus na capital. A decisão do TRT-PI atende uma ação cautelar ajuizada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut). O desembargador destacou que a greve de motoristas e cobradores compromete a prestação de serviços essenciais à população, como o transporte público e a saúde.

"Avaliação que a gente faz é de tristeza. Judiciário que é especialista em direitos trabalhistas, aceitar um pedido do Setut para colocar 100% dos ônibus nos horários de pico. 100% de que? Quem descumpre as obrigações de rodar com o transporte é o Setut. A Strans emite todo dia uma ordem de serviço de 250 veículos que o Setut nunca cumpriu. Essa ordem precisa ser é para o Setut", disse o sindicalista em entrevista ao A10+.

Fonte: Portal A10+


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