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As tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros têm potencial de provocar a perda de até 726.701 postos de trabalho no país no período de um ano, segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
O impacto, considerado como “teto” no curto prazo, inclui efeitos diretos, indiretos e induzidos pela queda na renda das famílias.

O estudo projeta, ainda, redução de R$ 38,87 bilhões no valor adicionado à economia; R$ 14,33 bilhões na massa salarial e R$ 3,31 bilhões em arrecadação para a Previdência Social e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
O PIB pode cair 0,35% no cenário mais pessimista, caso não haja redirecionamento das exportações a outros mercados.
Os setores mais afetados no emprego seriam serviços (241,4 mil vagas), indústria de transformação (215,1 mil), comércio (142,3 mil) e agropecuária (104 mil).
Na indústria, os segmentos metalúrgico, de alimentos, madeira, químico e de vestuário e calçados concentram o maior potencial de perda, além de cadeias ligadas a frutas, carnes e outros alimentos.
Entre os produtos impactados, está o café, que responde por 34% do consumo norte-americano. A carne bovina, por sua vez, pode enfrentar tarifa total de até 76,4%. E as frutas — com destaque para manga, uva e processadas — representam 12% do faturamento do setor.
Também estão na lista segmentos de celulose e papel, máquinas e equipamentos, siderurgia, eletroeletrônicos, químicos e autopeças.
O levantamento identificou ainda 3.075 empresas exportadoras para os EUA com negociação direta com sindicatos no Brasil, abrangendo 1,46 mil entidades sindicais.
A região Sudeste concentra 1.286 instrumentos coletivos, seguida pelas regiões Sul (614), Nordeste (186), Norte (125) e Centro-Oeste (58).
Comércio Brasil–EUA
Em 2024, o fluxo de mercadorias entre Brasil e Estados Unidos somou US$ 81 bilhões. Os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras (12%), atrás apenas da China (28%).
Do total exportado para o mercado norte-americano, 35,9% (US$ 14,5 bilhões) estão sujeitos à tarifa adicional de 10% + 40% prevista na ordem executiva de 30 de julho.
O Dieese também cita projeções do Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas), da UFMG, que estima um impacto menor — até 188,7 mil empregos —, caso outros países, como a China, adotem medidas de retaliação que favoreçam as exportações brasileiras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nessa quarta-feira (13) uma medida provisória com crédito de R$ 30 bilhões para empresas prejudicadas pelo tarifaço imposto pelos EUA a produtos brasileiros.
Segundo o Dieese, a perda de 726,7 mil empregos seria um teto e o estudo do Cedeplar, um piso.
Setores como autopeças, máquinas e equipamentos e eletroeletrônicos enfrentam dificuldades para redirecionar suas vendas, por produzirem itens específicos para o mercado norte-americano.
Além disso, setembro e novembro concentram o maior número de datas-base de empresas exportadoras para os EUA, o que pode levar os efeitos das tarifas a coincidirem com negociações salariais.
Perguntas e respostas:
Qual é o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros?
As tarifas podem resultar na perda de até 726.701 postos de trabalho no Brasil em um ano, de acordo com o Dieese. O impacto inclui efeitos diretos, indiretos e induzidos pela queda na renda das famílias.
Quais são as projeções econômicas relacionadas a essa situação?
O estudo prevê uma redução de R$ 38,87 bilhões no valor adicionado à economia, R$ 14,33 bilhões na massa salarial e R$ 3,31 bilhões em arrecadação para a Previdência Social e o FGTS. O PIB pode cair 0,35% no cenário mais pessimista, caso não haja redirecionamento das exportações para outros mercados.
Quais setores seriam mais afetados em termos de emprego?
Os setores mais afetados seriam serviços (241,4 mil vagas), indústria de transformação (215,1 mil), comércio (142,3 mil) e agropecuária (104 mil). Na indústria, os segmentos metalúrgico, de alimentos, madeira, químico e de vestuário e calçados teriam maior perda, além de cadeias ligadas a frutas, carnes e outros alimentos.
Quais produtos estão na lista dos mais impactados?
O café representa 34% do consumo norte-americano, a carne bovina pode enfrentar tarifas de até 76,4%, e as frutas, como manga e uva, representam 12% do faturamento do setor. Outros segmentos afetados incluem celulose e papel, máquinas e equipamentos, siderurgia, eletroeletrônicos, químicos e autopeças.
O que o Cedeplar estima sobre o impacto das tarifas?
O Cedeplar estima um impacto menor, com a perda de até 188,7 mil empregos, caso outros países, como a China, adotem medidas de retaliação que favoreçam as exportações brasileiras.
Quais setores enfrentam dificuldades para redirecionar suas vendas?
Setores como autopeças, máquinas e equipamentos e eletroeletrônicos enfrentam dificuldades para redirecionar suas vendas, pois produzem itens específicos para o mercado norte-americano.
Fonte: R7