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Criado em meio a uma escalada histórica de roubos e furtos de celulares no Brasil, o aplicativo Celular Seguro, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, completa dois anos com cerca de 3,8 milhões de usuários cadastrados.
Lançada em dezembro de 2023, a plataforma passou a integrar a estratégia federal para enfrentar crimes patrimoniais e fraudes associadas ao uso indevido de aparelhos móveis.

O avanço do aplicativo ocorre em um cenário ainda marcado por números elevados. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam uma queda de 12,6% nos registros de roubo e furto de celulares em 2024, na comparação com 2023.
Mesmo assim, o volume de ocorrências segue próximo do patamar histórico de um milhão de casos por ano.
Segundo a série histórica apresentada pelo Fórum, entre 2018 e 2024, quatro dos sete anos analisados registraram números próximos ou superiores a um milhão de ocorrências.
As exceções aparecem durante a pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021, e novamente em 2024, quando houve retração nos registros.
Mudança no perfil do crime
Outro dado chama atenção no relatório: a mudança no perfil dos crimes. A partir de 2023, os furtos passaram a superar os roubos no total de ocorrências. Em 2018, furtos representavam 43,7% dos casos notificados
Em 2023, essa proporção subiu para 53% e alcançou 56% em 2024. A leitura inicial sugere redução da violência direta, mas aponta também adaptação das práticas criminosas.
É nesse contexto que o Celular Seguro tenta ganhar tração. Ao longo de 2024 e 2025, a plataforma ampliou funcionalidades e acesso.
Entre as medidas recentes está o envio automático de mensagens via WhatsApp para aparelhos com registro de roubo, furto ou perda sempre que um novo chip entra em operação. As notificações partem de contas oficiais e orientam o portador a procurar uma delegacia.
Em julho de 2025, o ministério regulamentou o CNCR (Cadastro Nacional de Celulares com Restrição), base integrada com dados do aplicativo, da Anatel e do Banco Nacional de Boletins de Ocorrência.
A ferramenta permite consultar, antes da compra, se um aparelho apresenta restrição, usando o número do IMEI. A iniciativa mira o comércio ilegal, embora não substitua a exigência de nota fiscal.
Novo acesso ao sistema
O acesso ao sistema também mudou. Vítimas passaram a registrar alertas mesmo sem cadastro prévio, via versão web ou por outro dispositivo, dentro de um prazo de até 15 dias após o crime.
Em 2025, cerca de 80% dos alertas partiram de usuários cadastrados após a ocorrência.
Além de bloquear o aparelho e a linha telefônica, o aplicativo possibilita a suspensão de acesso a aplicativos de instituições financeiras parceiras, tentativa de conter golpes bancários associados a celulares subtraídos.
As informações também auxiliam investigações policiais e ações de recuperação de aparelhos.
Neste mês, o Celular Seguro recebeu o Prêmio VitrineGov, na categoria “Geral”, voltado a iniciativas consideradas inovadoras na administração pública.
Entenda como funciona o app
Veja como usar, passo a passo.
1. Cadastro do aparelho
- O primeiro passo acontece antes de qualquer problema.
- O usuário deve baixar o aplicativo Celular Seguro ou acessar o site celularseguro.gov.br e fazer login com a conta Gov.br, usando CPF e senha.
- Após o acesso, é necessário cadastrar o celular, informando:
- marca e modelo;
- número do IMEI (obtido ao digitar *#06# no telefone).
- Também é possível cadastrar pessoas de confiança, como familiares ou amigos, autorizadas a acionar o bloqueio em caso de emergência.
2. O que fazer após roubo, furto ou perda
- Se o celular desaparecer, não é preciso usar o próprio aparelho.
- O alerta pode ser emitido:
- pelo site do Celular Seguro, em outro dispositivo;
- pelo aplicativo instalado no celular de um contato de confiança.
- No sistema, o usuário informa os dados do ocorrido e escolhe o tipo de bloqueio. A partir daí, o próprio sistema aciona operadoras de telefonia e instituições financeiras parceiras, sem necessidade de ir pessoalmente a vários locais.
3. Dois tipos de bloqueio disponíveis
O aplicativo oferece duas modalidades, conforme a situação:
🔹 Modo Recuperação
- bloqueia a linha telefônica e aplicativos parceiros;
- mantém o aparelho ativo para facilitar localização;
- indicado quando há chance de recuperação pela polícia.
🔹 Bloqueio Total
- inutiliza completamente o celular;
- impede qualquer acesso ao aparelho;
- dificulta a localização, mas protege integralmente os dados.
A escolha depende do contexto e da expectativa de recuperar o dispositivo.
4. Alerta para quem usar o aparelho roubado
Caso um celular com registro de roubo, furto ou perda receba um novo chip, o sistema envia automaticamente um alerta por WhatsApp ou SMS ao novo usuário. A mensagem orienta a procurar uma delegacia e devolver o aparelho, evitando problemas legais.
5. Segurança e proteção de dados
O acesso ao Celular Seguro ocorre exclusivamente por meio do Gov.br, com autenticação oficial. As informações pessoais ficam protegidas por protocolos de segurança digital, reduzindo riscos de uso indevido.
6. Compatibilidade e exigências
- O aplicativo está disponível para Android e iOS.
- Para funcionamento correto, o aparelho precisa:
- permitir o registro do IMEI;
- estar com o sistema operacional atualizado.
Sem essas condições, o bloqueio pode não ocorrer de forma completa.
7. O que mais o aplicativo permite
Além do bloqueio, o Celular Seguro também possibilita:
- exibir a localização do aparelho;
- disparar alarme sonoro;
- apagar dados armazenados;
- exibir mensagem de contato em caso de perda.
8. O que é necessário para usar o serviço
Para usar o aplicativo como proteção, o usuário precisa:
- ter acesso a outro celular ou computador; ou
- contar com ao menos um contato de confiança cadastrado.
Sem isso, não será possível emitir o alerta após o crime.
Fonte: R7