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"João Pedro saiu daqui trabalhando. Vi as pessoas falando que ele reagiu a um assalto, ele não reagiu. Ele fugiu pra não morrer. João Pedro só não queria morrer e, covardemente, atiraram nas costas do meu filho. O que me revolta é ver que a pessoa que matou meu filho já foi presa outras sete vezes", declarou, bastante emocionado o pai de João Pedro.
O empresário Edson Novaque, pai do estudante de direito João Pedro Lima Teixeira, assassinado em uma tentativa de assalto na última sexta-feira (17), fez um desabafo emocionante sobre o filho em entrevista ao Balanço Geral Manhã, da TV Antena 10, nesta segunda-feira (20).
"É uma dor que não passa nunca, eu nunca imaginei passar por essa dor. A minha avó ela sempre colocava uma frase que ela teve onze filhos e perdeu um filho com a idade do meu filho e às vezes ela dizia que a dor do parto ela vem e passa. Mas a dor da perda de um filho ela é eterna. Sempre falta um e eu cresci ouvindo isso. Não imaginava que eu teria essa dor", relatou.
Edson comentou que o filho era a base da família e lembrou do momento em que o filho assumiu os negócios, quando ele teve um problema de saúde e não podia trabalhar. Além dos outros projetos em que João Pedro tinha.
"Um rapaz que aos 15 anos tomou de conta dessa empresa no momento que eu tive um problema cardíaco. Durante 19 dias, ele e Deus sozinhos, tomaram conta disso. Já fazia 8 anos que ele tomava conta junto comigo e não só da empresa, mas era produtor de eventos. Era um rapaz da igreja. Era um rapaz que ocupava o tempo dele inteiramente, intensamente", disse.
Pedro Teixeira era um jovem sonhador, esforçado, dedicado e que vivia para o trabalho e a família. Ele mantinha com o pai uma empresa no ramo de cosméticos. O estudante, que completaria 23 anos esta semana, estava prestes a concluir o curso de Direito em uma faculdade particular da capital.
"Nesse horário ele estaria chegando aqui me pedindo a bença, como todos os dias ele fazia e perguntando como é que iniciaríamos o nosso dia", lembra o pai.
Edson relatou que a partida do filho é um misto de emoções para ele. Além da revolta, ele também lamentou que só com a partida precoce dele, Edson e a ex-esposa- mãe de João Pedro voltaram a conversar, um dos sonhos do filho.
"Vocês estão vendo aqui uma cena que ele quis muito durante nove anos. Eu me separei da mãe dele e nós ficamos muito distante e nós não nos permitimos isso daqui. O João Pedro sonhava em ver essa cena. Infelizmente, só aconteceu depois que o meu filho morreu, mas nos permitiu perdoar um ao outro. Isso era o que eu queria que ele tivesse visto em vida, mas eu tenho certeza que onde meu filho está está vendo isso aqui", finalizou.
O corpo de João Pedro foi enterrado no sábado (18) cidade de Monsenhor Gil, interior do Piauí.
Relembre o caso
O estudante de direito João Pedro Teixeira dos Santos, 22 anos, foi morto com um tiro durante uma tentativa de assalto, na tarde da última sexta-feira (17), no bairro Vila Samaritana, na zona Leste de Teresina. Após o crime, os suspeitos fugiram.
Na tarde de sábado (17), o DHPP prendeu três suspeitos de matar o estudante, mas dois já foram soltos. Segue preso apenas o suspeito de efetuar os disparos, identificado pelas iniciais V.D.M, de 20 anos. Ele possui oito passagens pela polícia pelos crimes de roubo, receptação, porte ilegal de armas e latrocínio.
As diligências continuam para localizar o piloto da moto, identificado como D.S.B, 27 anos, que estava preso no Presídio José Ribamar Leite e atualmente estava em liberdade condicional.
Fonte: Portal A10+