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Uma perícia médica concluiu que Francisco de Assis, acusado de envenenar familiares em Parnaíba, litoral do Piauí, apresenta boas condições de saúde mental e, portanto, está apto a responder pelos crimes que lhe são atribuídos. No documento, obtido pelo A10+, cita que o laudo técnico juntado aos autos foi categórico ao atestar a higidez mental do réu, concluindo pela "plena capacidade de autodeterminação e compreensão do caráter ilícito do fato".
"Dessa forma, resta afastada a hipótese de inimputabilidade ou incapacidade processual, não subsistindo óbice ao prosseguimento da marcha processual", diz trecho. No final de julho, o juiz Willmann Izac Ramos Santos aceitou um pedido de exame de sanidade mental, solicitado pela Defensoria Pública do Piauí, para Francisco de Assis. Com isso, a audiência de instrução e julgamento que havia sido marcada foi adiada para a realização do exame.
Francisco de Assis e Maria dos Aflitos, sua companheira, são acusado de envenenar nove pessoas da própria família e uma vizinha. Dessas, oito pessoas morreram entre agosto de 2024 e janeiro de 2025.
No processo repleto de nuances e reviravoltas, um novo fato se destacou: a morte de Maria Jocilene da Silva, 41 anos, que mantinha um relacionamento extraconjugal com dona Maria dos Aflitos. Segundo o delegado Abimael Silva, a idosa relatou em interrogatório que tinha a intenção de que a culpa sobre todos os casos fosse direcionada para a última vítima, o que livraria Francisco de Assis da prisão.
Relembre o caso
Segundo o delegado Abimael Silva, em seus depoimentos Francisco de Assis mostrou grande desprezo em relação aos filhos de Maria dos Aflitos. Ele relatou que em alguns momentos o companheiro da matriarca chegou a negar comida para os filhos e netos da mesma.
As investigações apontaram ainda um relacionamento extraconjugal entre a acusada e uma das vítima, Maria Jocilene, que era vizinha da família. Segundo o delegado, o relacionamento das duas era discreto, mas todos ao redor sabiam. Abimael Silva contou ainda que as duas mantinham um relacionamento antes mesmo de Maria dos Aflitos se relacionar com Francisco de Assis.
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Maria dos Aflitos justificou durante interrogatório seu envolvimento nos crimes porque estava muito apaixonada pelo companheiro Francisco de Assis. Conforme as investigações da Polícia Civil do Piauí, na virada do ano para 2025, Maria dos Aflitos e o esposo agiram juntos no envenenamento de toda a família e em 22 de janeiro, Maria Jocilene, a amante de Maria dos Aflitos, foi envenenada durante um café da manhã na casa da família.
Ela explica ter imaginado que se a Jocilene fosse envenenada, o companheiro Assis poderia sair da cadeia, da mesma forma como ocorreu com Lucélia Maria que deixou o presídio após laudo apontar que os cajus doados às crianças não estavam envenenados.
Primeiro caso seria um ensaio para a série de mortes; veneno estava no suco das crianças
Ainda de acordo com o delegado, o óbito das duas primeiras crianças, Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, foi uma espécie de ensaio sobre se daria certo eles colocarem em prática as mortes por envenenamento. Eles teriam aproveitado a doação dos cajus para indicar a Lucélia Maria da Conceição como suposta autora do crime. Ela chegou a ser presa, mas foi solta quando o laudo dos frutos deu negativo para contaminação. Ambos teriam colocado a substância no suco das crianças.
“Eles procuraram uma oportunidade. O primeiro foi como um ensaio, quando os meninos chegaram com os cajus em casa, eles colocaram em prática aquilo que eles planejaram, que era a morte através de veneno. E eles executaram esse crime contra duas crianças colocando um terceiro como culpado. A senhora Lucélia tinha esse mesmo veneno em casa, e a delegada que presidiu o inquérito concluiu pelo indiciamento da dona Lucélia. O segundo caso foi a execução do plano geral, a oportunidade que eles encontraram com a doação dos peixes”, detalhou.
Casal é indiciado por envenenamento de 8 pessoas no Piauí; em caso de condenação, penas podem ultrapassar os 200 anos
A Polícia Civil concluiu o inquérito dos envenenamentos que ocorreram em agosto de 2024 e janeiro de 2025 na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. Em entrevista ao A10+, nesta quinta-feira (06), o delegado responsável pelo inquérito, Abimael Silva, revelou que Francisco de Assis e Maria dos Aflitos foram indiciados por 23 crimes, que deixou 8 pessoas mortas, sendo 7 da mesma família. Caso sejam condenados as penas ultrapassam 200 anos de cadeia.
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As investigações revelaram que os dois agiram juntos nos três casos de envenenamento que deixou 7 parentes e uma vizinha do casal mortos em apenas 5 meses. Durante todo o processo, o casal também tentou induzir a polícia e a justiça ao erro, relatou o delegado.
Saiba quem são as vítimas:
- João Miguel Silva (7 anos, filho de Francisca e neta de Maria dos Aflitos),
- Ulisses Gabriel Silva (8 anos, filho de Francisca e neta de Maria dos Aflitos),
- Manoel da Silva (18 anos, enteado de Francisco, irmão de Francisca e filho de Maria dos Aflitos),
- Igno Davi da Silva (1 ano e 8 meses, filho de Francisca e neto de Maria dos Aflitos),
- Maria Lauane (3 anos, filha de Francisca e Neta de Maria dos Aflitos)
- Francisca Maria (32 anos, enteada de Francisco, irmã de Manoel e filha de Maria dos Aflitos).
- Maria Gabriela (4 anos, filha de Francisca e neta de Maria dos Aflitos) e
- Maria Jocilene (vizinha da família e mantinha um relacionamento com Maria dos Aflitos)
Fonte: Portal A10+