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Atualizada às 13h16
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelou, após investigações, a conexão entre os casos de assassinato de Francisco Kenedy e Samuel Ferreira Fidalgo, na zona Leste de Teresina.
O delegado Divanilson Sena, em entrevista na manhã desta segunda-feira (15), explicou que o adolescente foi executado como uma retaliação à morte de Samuel. Os crime ocorreram em um contexto de rivalidade entre facções criminosas. No caso, Samuel seria membro do Bonde dos 40, ao contrário de Kennedy, que não teria envolvimento com a criminalidade, mas acabou sendo vítima do "achismo" dos assassinos, que o vincularam como integrante de um grupo rival, apenas por ele jogar futebol com supostos faccionados.
TV Antena 10/A10+
"A motivação da morte do Francisco Kennedy é uma retaliação à morte do Samuel, que ocorreu momentos antes. Francisco Kennedy foi morto por faccionados do Bonde dos 40, que estavam procurando qualquer pessoa ali do bairro Parque Universitário, que seria da facção rival, e infelizmente ceifaram a vida desse adolescente. A gente apurou até agora e não encontrou nenhuma ocorrência criminal em desfavor do adolescente e nenhum vínculo direto com faccionados. Já o Samuel era um faccionado do Bonde dos 40", explicou o delegado.
Prisões
No âmbito das investigação do homicídio de Francisco Kennedy, a polícia prendeu, na sexta-feira (12), Isnatiel Kadison Lima da Silva, primo de Samuel Fidalgo, e dono da loja onde ele foi morto. Há indícios de participação do irmão de Samuel, identificado como Rafael, ele rompeu a tornozeleira eletrônica e está foragido. A esposa dele foi detida. Ao total, segundo a polícia, quatro pessoas estão sendo procuradas pelo crime.
Divulgação/PC-PI
"A investigação ainda continua, mas a gente tem alguns indícios que apontam o envolvimento dele. Eu não posso aqui relatar mais detalhes porque ainda existem 4 foragidos desse caso e a qualquer momento a gente pode efetuar novas prisões", detalhou.
Com relação ao autores do assassinato de Samuel, ambos estão presos. "Já apreendemos um adolescente, o M.V., e o Lauro. Esses dois são faccionados do PCC", explicou o delegado.
Histórico criminal dos envolvidos
O delegado disse que todos os envolvidos, menos Francisco Kennedy, já possuem passagens pela polícia. "O Isnatiel tem passagem por receptação de aparelho celular. Já a pessoa do Rafael tem um histórico já de tentativa de feminicídio e ele rompeu a tornozeleira e se encontra foragido. Por ele ser primo da vítima, do Samuel, e o fato de ocorrer na loja dele, a gente atribui um vínculo desses faccionados ao empresário. A gente vê todo esse vínculo, mas como eu disse, a investigação continua para apurar mais detalhes", explicou.
Reprodução
Em março de 2023, Rafael Ferreira Fidalgo e Samuel Ferreira Fidalgo, foram presos preventivamente no bairro Satélite, zona Leste de Teresina. Na época, À TV Antena 10, a delegada de feminicídio, Nathalia Figueiredo relatou que Rafael foi preso após tentativa de feminicídio e descumprimento de medida protetiva.
Samuel chegava na casa do irmão quando a polícia cumpria o mandado. Após verificação, foi constado que ele possuía um mandado de prisão em aberto por executar em agosto de 2022 um menor de idade identificado como Ariel Levi Rodrigues Santos em um açaí na Avenida Presidente Kennedy, zona Leste de Teresina.
Durante a prisão, a polícia apreendeu na casa em que o suspeito estava armas, drogas e aparelhos celulares que foram recolhidos para análise.
Jovem foi morto na véspera do aniversário
Francisco Kenedy da Silva Rosa, de 15 anos, foi executado de forma brutal na véspera de seu aniversário quando estava a caminho da casa do pai. O crime aconteceu no dia 21 de julho no bairro Parque Universitário, zona Leste de Teresina. A vítima não tinha envolvimento com o crime e, segundo a polícia, teria sido morta por engano. Sem respostas, a família volta a cobrar justiça e a elucidação do caso.
Em entrevista à TV Antena 10, Keytiane Maria, mãe de Francisco Kenedy, relembrou o crime segurando a manta ainda manchada com o sangue do filho. Muito abalada, contou que até agora não obteve respostas da polícia sobre a prisão dos responsáveis pelos disparos. Em lágrimas, fez um apelo por justiça, reforçando que o filho foi morto por engano.
Com a manta de Francisco ainda manchada de sangue em mãos, lembrança da cena que jamais esquecerá, ela continuou: “Isso aqui é o sangue do meu filho, que só será lavado quando fizerem justiça. Essa foi a manta em que coloquei meu filho sobre minhas pernas, e a massa encefálica dele caiu sobre mim. Ali eu senti que ele clamava por justiça”, disse.
Fonte: Portal A10+