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Atualizada às 06h52
A Polícia Civil do Piauí cumpriu mandados de busca e apreensão, entre a noite dessa quarta-feira (5) e a madrugada desta quinta-feira (6), contra os empresários Haran Santiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, alvos da Operação Carbono Oculto 86, que investiga a infiltração do PCC no setor de combustíveis no Piauí. O grupo movimentou cerca de R$ 5 bilhões em quase 50 postos - que foram interditados - nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins.

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Haran foi abordado por policiais civis no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, quando retornava a Teresina. Com ele, foram apreendidos um computador, um celular e uma quantia em dinheiro. Já Danillo foi abordado no Aeroporto de Teresina, onde também foram apreendidos um notebook, um celular e valores em espécie. Eles não foram presos.
As diligências fazem parte da segunda fase da investigação, que apura um amplo esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis, com indícios de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em nota, a Polícia Civil do Piauí destacou que segue com as investigações e reafirmou seu compromisso com o combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à proteção do patrimônio público.

PC-PI

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PCC no Piauí: como alvos da ação agiam, construção de distribuidora e R$ 5 bilhões movimentados; tudo sobre a megaoperação contra a facção
A Operação Carbono Oculto 86, deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), revelou uma complexa estrutura de atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. O grupo criminoso teria usado empresas de fachada, distribuidoras e fintechs para lavar dinheiro do tráfico, adulterar combustíveis e controlar uma rede que se expandiu por três estados, sendo Piauí, Maranhão e Tocantins. As investigações apontam que o esquema movimentou cerca de R$ 5 bilhões, interferindo diretamente na concorrência, nos preços e na arrecadação fiscal.

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O secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, explicou durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (05) que a atuação da facção provocou impactos diretos no mercado local e na arrecadação estadual. Até uma distribuidora de combustíveis estava sendo construída pelo PCC no Piauí.
"Essa infiltração do PCC no sistema de combustíveis trouxe um desequilíbrio primeiro para os clientes, que tinham prejuízos diariamente com a bomba baixa, com a alteração qualitativa ao combustível, aos demais postos de combustíveis que sofriam uma concorrência desleal e ao próprio fisco que deixou de arrecadar por conta dessas operações ilícitas", contou o secretário de Segurança Chico Lucas.
Ainda segundo Chico Lucas, as investigações começaram após um aumento expressivo de autuações por adulteração em postos do estado. O Piauí teria sido usado como base logística para distribuição de combustíveis adulterados.
O delegado Laércio Evangelista, da DRACO, revelou que o grupo montava uma estrutura física para operar a adulteração e distribuição dos combustíveis.

"Nessa empresa localizada na estrada de Altos eles estariam preparando uma espécie de ponto de distribuição. Eles iriam inovar aqui no Piauí com esse ponto de distribuição. Vamos dar continuidade às investigações. Esse imóvel encontra-se interditado e vamos investigar se eles iam utilizar essa obra como ponto de adulteração", afirmou o delegado Laércio Evangelista.
Chico Lucas detalhou ainda o funcionamento da central de adulteração e o volume de combustível que seria manipulado. Ele reforçou que a estrutura construída tinha capacidade para atender dezenas de postos e movimentar milhões de litros de combustível.
"Essa obra não está funcionando ainda. Um posto de gasolina movimenta milhões de metros cúbicos de combustível. Então você precisava comprar um combustível de qualidade e misturar com as substâncias. Onde eu vou fazer essa mistura? Eu não vou fazer em um balde, tem que ter uma estrutura. Eles estavam montando essa estrutura pra permitir que houvesse o fornecimento de combustível adulterado para 49 postos. Para que isso tivesse um volume e fosse operacionalmente possível, eles estavam construindo essa central de distribuição", explicou o secretário de Segurança.
Fonte: Portal A10+