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O vereador Dudu (PT) comentou, na manhã desta quarta-feira (29), sobre o resultado da auditoria interna realizada na Prefeitura de Teresina que apontou irregularidade em contratos. O parlamentar, que preside a CPI da dívida, detalhou que buscará mais informações sobre o relatório para subsidiar as apuração por parte da Câmara de Vereadores. Durante a entrevista, ele destacou a compra de terrenos de valores milionários com inconsistências.
"Vou entrar em diálogo com o prefeito Silvio Mendes, para que a gente possa ter acesso o quanto antes. Nós já estamos com essa CPI já em curso e temos muitas informações e tem muitas questões sérias para serem analisadas. Sobretudo, o que nós estamos encontrando agora, em relação, por exemplo, a compra de terrenos que foi feita com dinheiro do empréstimo. Para vocês terem uma noção, tem terreno que está avaliado no valor venal dele de R$ 2 milhões, paga o IPTU de R$ 49 mil e a prefeitura adquiriu ele por R$ 16 milhões e meio. Tem terreno que foi adquirido também com dinheiro do empréstimo, que o valor venal dele está lá no contrato que foi adquirido pela prefeitura, de R$ 14 milhões, um terreno na zona rural ocupado, e foi adquirido também por um valor absurdo", explicou em entrevista à imprensa.
O presidente da comissão ressaltou que, se necessário, convocará gestores para prestarem depoimentos na Casa Legislativa.
"É importante essas informações para a gente terminar os nossos cruzamentos, para que a gente possa apresentar esse relatório à altura do desafio que recebemos. A gente não pode mais perder tempo, mas se tiver necessidade de ainda vir depor aqui na CPI, nós assim iremos fazer. Nós não iremos deixar de fazer com que todas as informações técnicas, que nós estamos tendo e outras mais, não venham por qualquer motivo. Então, teremos, sim, e eu tenho interesse nessas informações. O prefeito, quando ele citou o rombo, ele cita R$ 110 milhões lá na Saúde. E nós queremos saber se esses recursos também estão compilados nessas informações", concluiu.
Auditoria prova irregularidades em contratos
Conforme a coluna da jornalista Lídia Brito, o prefeito Sílvio Mendes (UB) encaminhou, ontem, o resultado de uma auditoria interna ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e à Câmara Municipal de Teresina.A auditoria investigou contratos cobrados por fornecedores que não apresentaram a documentação adequada para comprovar a execução dos serviços.
O prefeito adiantou parte das informações à coluna e destacou que o caso mais grave envolve a Fundação Municipal de Saúde (FMS). Ao todo, 3.521 processos administrativos foram analisados por suspeita de terem gerado dívidas à prefeitura. Desses, a Controladoria do Município avaliou 1.951 processos com pedidos de pagamento abertos, somando R$ 266.380.497,10. No entanto, o Tribunal de Contas autorizou o pagamento de apenas R$ 80 milhões.
"Ontem estive com o presidente do Tribunal de Contas e ele autorizou o pagamento desses contratos que foram comprovados. Agora vamos chamar os fornecedores para negociar. Fomos autorizados a pagar apenas R$ 80 milhões", disse.
Com a auditoria foi confirmada que a dívida maior é da Fundação Municipal de Saúde. O total só na FMS é de R$ 80 milhões. "Lá tem questões como uma empresa de três senhoras que entregaram medicamentos a vários hospitais. Sem ter nota fiscal e nada para comprovar. Isso não pode ser pago. Tem que seguir a lei. Assusta que essa dívida, apenas 23 milhões são corretos. E cadê os 60 milhões que faltam? É muito dinheiro. É preciso chamar e analisar com cautela", completou.
O prefeito chegou a usar o termo "quadrilha" para falar de desvios na prefeitura. "Tem que ser quadrilha. E mais de uma. Todos os processos analisados mostram números, valores e secretarias. Mas cabe aos órgãos de controle investigar e punir", destacou.
Fonte: Portal A10+
