Atualizada às 12h15
O desaparecimento dos adolescentes Victor Bruno e Welison Ferreira, ambos de 15 anos, em Timon, no Maranhão, há uma semana, segue sem respostas. As famílias dos jovens realizaram uma manifestação na manhã desta segunda-feira (27), na Central de Flagrantes de Timon para cobrar informações e respostas à polícia.
À TV Antena 10, Antônia Carine, mãe de Victor Bruno, deu mais detalhes sobre o relacionamento dos adolescentes com as irmãs envolvidas. O envolvimento era recente, com cerca de dois meses, e teria começado após um amigo apresentar a jovem a Welison. Victor Bruno conheceu a irmã dela ao acompanhar o amigo até a casa da namorada e, depois disso, os dois iniciaram um romance. Antônia relatou ainda que imagens de câmeras de segurança mostram os dois adolescentes chegando à residência e, segundo ela, teriam sido emboscados no local.
“Quem começou a namorar primeiro foi o Welison com a R***, através de um amigo. O Victor, meu menino, ia só para acompanhar, para ele não andar só para o rumo de lá. Aí ele conheceu a irmã dela, a R*** [...] A gente tem essa certeza porque a única coisa que a polícia repassou para a gente, pelas imagens das câmeras, é que os meninos foram pegos na hora em que chegaram lá. Na hora em que chegaram, foram pegos, entraram com eles para dentro da casa delas [...] Às vezes ela ficava até quarta, quinta, e me respeitava, nunca demonstrou ter envolvimento com nada. Ela me enganou direitinho, porque em casa se mostrava uma pessoa muito boa”, detalhou.
A família também teria descoberto recentemente que parentes das duas jovens têm envolvimento com uma organização criminosa. Para Antônia, os adolescentes teriam sido usados pela família para demonstrar poder a outros membros do grupo criminoso.
“Era questão de dois meses. Um mês foi eles indo para lá, e a gente ficava preocupada por causa da rivalidade entre facções — que eles não pertencem. Pelo andamento do caso e o que já ouvi falar, é família, mas a gente descobriu que a família pertence a uma facção e usaram nossos filhos de cobaia só para querer mostrar poder entre eles. Até onde a gente sabe, perguntando, é a população que está ajudando a gente, porque a polícia não fala”, disse à TV Antena 10.
Abalada e sem respostas, Antônia Carine contou que se sente dividida: “Eu estou com meu coração dividido, um lado que encontrar ele, nem que seja sofrido, apanhado, machucado, mas sabendo que ele vai para o hospital e vai ficar bem. O outro já diz para eu me preparar, porque eu posso encontrar ele só para enterrar”, disse em lágrimas. E continuou: “O que mais me dói é que eles não eram de nada. Eram dois inocentes”.
Uma semana sem respostas
A mãe de Victor Bruno, Antônia Carine, relatou à TV Antena 10 que segue sem resposta sobre o paradeiro ou o andamento das investigações. Os dois saíram de casa por volta das 18h do dia 20 de outubro para visitar as namoradas, que moram em outro bairro, também em Timon, e não retornaram. A bicicleta de um deles foi encontrada abandonada no caminho entre a casa dos meninos e a das garotas.
“Pessoal passa informação, a gente vai, averiguar, mas nada. A gente não tem notícia. É como se tivesse abrido um buraco e jogado dentro. É difícil demais. A gente não sabe mais o que fazer. Estamos só esperando a polícia dizer alguma coisa, mas eles dizem que não podem falar nada para não atrapalhar as investigações. A gente esta aqui, chegamos cedo, o pai do Victor chegou mais cedo ainda e até agora ninguém abriu ainda, parece que não tem ninguém aqui dentro, já tocamos a campainha. A gente não sabe quem é o Promotor do caso, não sabemos quem é o outro responsável fora o delegado. Não estamos recebendo apoio de ninguém, de nenhum órgão. Estamos só, jogados”, disse.
A polícia conduziu três suspeitos de envolvimento no caso, apenas um deles, identificado como Lucas, ficou detido. A mãe também contou que as namoradas dos desaparecidos prestaram depoimentos durante três dias seguidos. À reportagem, ela contou que a família não sabe o motivo pelo qual os outros dois foram liberados e a participação de Lucas.
“Elas vieram, pegaram o depoimento delas na terça-feira, das 14h até as 22h, a gente ficou aqui e elas lá dentro. Na quarta, elas retornaram de novo e até quinta a gente ainda viu elas por aqui, depois não vimos mais elas. Não sabemos onde ela está e eles não repassaram para a gente nada do que elas falaram. Nem o preso, dizem que ele está 100% envolvido, já desceu para o Jorge Vieira. Ouvi dizer que eles está na triagem, só sai com 15 dias, um Lucas”, disse.