O irmão de Izadora Mourão, o jornalista João Paulo Santos, prestou depoimento nesta quarta-feira (16) e negou qualquer tipo de participação no crime. Ele relatou que a relação entre ele e a advogada era muito amistosa e que ela era sua 'melhor amiga'. João Paulo depôs após sua mãe, Maria Nerci. Mais cedo, a aposentada assumiu, mais uma vez, a autoria do crime e contou que matou sozinha a filha. O julgamento dos acusados está sendo realizado através da 2ª Vara da Comarca de Pedro II.
De acordo com o depoente, ele e sua irmã eram muito unidos, e que a morte de Izadora foi um choque. João Paulo afirmou que a irmã tinha liberdade de frequentar o quarto dele para dormir, e passar o tempo, local onde a advogada foi encontrada morta.
“A gente sempre foi muito unido, então ela tinha liberdade de dormir e deitar no meu quarto. Nesse dia ela foi dormir no meu quarto e eu dormi no quarto da minha mãe. Fui acordado pela minha mãe e a moça que trabalha lá em casa, falando que havia acontecido uma catástrofe que minha irmã tinha morrido. Foi muito doloroso, muito sofrimento, minha irmã era minha melhor amiga, meu braço direito, minha amiga pra todas as horas”, detalhou.
O jornalista relatou ainda que após a morte de seu pai e o divórcio de Izadora, a relação da irmã com a mãe ficou bastante conflituosa. João Paulo detalhou que as duas sempre brigavam e que ele mesmo já havia aconselhado a irmã a se cuidar melhor e buscar melhorar a relação com a família, pois segundo ele, a advogada estava ficando irritada com muita facilidade e descontava em casa, consequentemente discutia com Maria Nerci.
“Eu havia feito um bilhete para ela, aconselhando ela a cuidar melhor da vida dela. Falei isso em relação a saúde dela, ao bem estar dela. Pedi pra cuidar dos filhos dela porque depois da separação ela deixou a desejar no papel de mãe e também falei pra ela evitar confusão, porque estava sempre muito irritada, se irritando facilmente por qualquer coisa e com pessoas que ela nem conhecia. Depois do divórcio e da morte do nosso pai, minha irmã ficou em muito atrito com minha mãe, então qualquer coisa que acontecia elas se estressavam e brigavam, e como eu passava o dia fora de casa trabalhando, muitas vezes nem ficava sabendo”, comentou.
Em relação a versão contada por sua mãe, no dia do crime, de que Izadora teria sido assassinada por acerto de contas, João Paulo explicou que confiava em Maria Nerci, e que sua mãe não tinha o costume de mentir, por isso não duvidou de seu relato.
“Eu como filho, acreditei na minha mãe, ela sempre falou a verdade para mim e eu não tinha porque duvidar dela, minha mãe não mentia pra ninguém”, contou.
Durante o depoimento que antecedeu o de seu filho, Maria Nerci confessou o crime onde relatou que matou a filha a facadas, enquanto dormia.
Mãe detalha dia do crime e reafirma que matou filha sozinha
A aposentada Maria Nerci, 71 anos, prestou depoimento nesta quarta-feira (16) e voltou a afirmar que matou sozinha a própria filha, a advogada Izadora Mourão em fevereiro do ano passado em Pedro II, interior do Piauí. Ela negou, por inúmeras vezes, a participação do filho no crime. O julgamento dos acusados teve início na manhã de hoje e está sendo realizado através da 2ª Vara da Comarca de Pedro II.
Ela citou que deu vários golpes de faca em Izadora que estava deitada na cama. Maria Nerci relatou que não tinha preferência por nenhum filho, mas a relação com a filha não era fácil, principalmente depois que ela se separou. No dia do crime, segundo depoimento, a advogada dormiu no quarto do irmão, o jornalista João Paulo.
A idosa contou que que Izadora Mourão havia ameaçado ir ao banco para cancelar sua aposentadoria. "Ela começou a me chamar de velha miserável e cardíaca. Falou que iria tomar as providências para cancelar minha aposentadoria. Eu pedi pra ela não fazer isso e perguntei do que eu iria viver e a Izadora me respondeu que não sabia. Em seguida tomou o remédio e foi se deitar", lembrou.
Em depoimento, Nerci afirmou que o primeiro golpe que deu foi no pescoço, enquanto a filha estava na cama. Na sequência, a advogada, segundo a mãe, reagiu, pegou em seu braço, mas a aposentada continuou a esfaqueá-la até a morte.
“João Paulo disse que tiraria ela do caminho de um jeito ou de outro”, diz noivo de Izadora Mourão
O julgamento dos acusados de matarem a advogada Izadora Mourão, assassinada a facadas em fevereiro do ano passado, teve início na manhã desta quarta-feira (16). No banco dos réus estão o jornalista João Paulo Santos Mourão (irmão) e Maria Nerci dos Santos Mourão (mãe da vítima). O crime teria sido motivado em uma disputa por herança.
Em seu depoimento o noivo de Izadora Mourão, Marcos Viana, revelou detalhes do relacionado da advogada com a família, e que após a morte do pai, a jovem se sentia ‘desprotegida’. Marcos Viana afirmou que no dia do crime João Paulo quebrou uma rotina de anos.
"Izadora já tinha me dito, olha, meu irmão tem um perfil de psicopata, ele é frio, não demonstra nem felicidade, nem tristeza", revelou Marcos Viana, que completa, "ela não comia nada que a mãe dela fizesse, eu já vi ela jogar comida fora, com medo. O João Paulo já disse que ela ia sair da vida dele, de um jeito ou de outro. Eu acredito que atraíram a Izadora para uma emboscada, no quarto do João Paulo", finaliza.
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