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O mercado de trabalho piauiense apresentou melhora em 2024, quando o nível de ocupação atingiu 50,70%, marca que rompeu um período de seis anos (2018–2023) em que menos da metade da população em idade de trabalhar estava empregada. Apesar do avanço, o indicador ainda está abaixo do recorde da série histórica, registrado em 2015, quando o estado alcançou 56,63%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE.
Desde 2012, o Brasil sempre manteve o nível de ocupação acima dos 50%. Em 2024, o país atingiu seu maior índice da série, chegando a 58,6%. Antes disso, o melhor desempenho havia sido registrado em 2013, com 58,3%.
Entre os estados, os maiores níveis de ocupação em 2024 foram observados em Mato Grosso (68,3%), Santa Catarina (66,96%) e Goiás (65,21%). Já os menores ficaram com Maranhão (47,10%), Acre (48,54%) e Ceará (48,63%). No cenário nordestino, o Piauí apresentou o terceiro melhor desempenho, ficando atrás de Sergipe (54,73%) e Bahia (51,90%). Na comparação com todas as unidades da federação, o Piauí aparece com o oitavo menor nível de ocupação.
Em 12 anos, cai a atuação da população ocupada na agropecuária e indústria do Piauí
Os dados da PNAD Contínua mostram mudanças importantes na estrutura do mercado de trabalho piauiense ao longo dos últimos 12 anos. As atividades agropecuárias registraram forte redução no número de trabalhadores: em 2012, cerca de 316 mil pessoas estavam ocupadas no setor; em 2024, esse total caiu para 178 mil; uma redução de 138 mil pessoas.
Com isso, a participação da agropecuária no conjunto dos ocupados diminuiu de 23,8% para 13,0%, queda de 10,8 pontos percentuais. Em 2012, o setor era o que mais concentrava trabalhadores no estado, mas em 2024 passou a ocupar a terceira posição.
A indústria também apresentou retração. Entre 2012 e 2024, o setor perdeu 32 mil trabalhadores, reduzindo sua participação de 8,2% para 5,6%, uma queda de 2,6 pontos percentuais. O trabalho doméstico seguiu a mesma tendência, passando de 8,0% para 7,6% no período.
Por outro lado, a maior parte dos demais grupamentos de atividades econômicas registrou crescimento. O destaque foi o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. Em 2012, ele representava 16% da população ocupada; em 2024, chegou a 20,7%, tornando-se o maior empregador do estado. O número absoluto de trabalhadores no setor passou de 213 mil para 284 mil, aumento de 71 mil pessoas.
O comércio e a reparação de veículos automotores e motocicletas também ampliaram sua participação, embora de forma mais moderada. O setor empregava 264 mil pessoas em 2012 e passou para 282 mil em 2024, crescimento de 18 mil trabalhadores. A participação no total de ocupados subiu de 19,9% para 20,6%, mantendo o grupamento como o segundo maior empregador do Piauí.
Fonte: Portal A10+
