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Nesta segunda-feira (6), completa-se 1 ano do dia em que o influencer “Lokinho” e seu namorado da época, Stanlley Gabryell, se envolveram no acidente que deixou Marly Ribeiro da Silva e Kassandra de Sousa Oliveira mortas e outras outras duas crianças feridas, dentre elas uma que ainda hoje apresenta sequelas. O caso foi registrado na BR-316, nas proximidades da Casa de Custódia, na zona Sul de Teresina. Uma terceira pessoa foi morta no local após uma briga entre um suposto segurança do influencer e um homem que tentou intervir na situação.
Dois dias após o acidente, no dia 8 de outubro, o Juiz de Direito da Central de Audiência de Custódia de Teresina converteu em preventiva a prisão de Stanlley Gabryell. O magistrado também decidiu pela mudança de homicídio culposo para doloso, ou seja, quando o indivíduo assume o risco pelo resultado.
Decisões judiciais
Em um primeiro momento, no dia 7 de março desse ano, a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal entendeu que os crimes imputados a Lokinho e Stanlley Gabryell não deveriam ser considerados como dolosos. Com isso, eles não iriam para Júri popular. No dia 13 de março, 5 meses depois do atropelamento, o desembargador José Vidal de Freitas Filho do Tribunal de Justiça do Piauí determinou a soltura de Stanlley Gabryell. A soltura já era esperada desde a juíza Maria Zilnar entender que os crimes imputados a eles não devem ser considerados como dolosos.
Pedidos de ajuda das famílias
Enquanto os meses se passavam, as famílias das vítimas sempre denunciavam que não recebiam assistência alguma dois dois envolvidos nas mortes de Marly Ribeiro da Silva e Kassandra de Sousa Oliveira. A justiça chegou a determinar pensão para filha de vítima de atropelamento, mas as famílias relatam que muito pouco era feito. Veja:
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Reviravolta
Já em agosto, no dia 19, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) acolheu recurso do Ministério Público do Piauí (MPPI) e determinou que o influenciador e Stanlley Gabryell seriam levados a julgamento pelo Tribunal do Júri, sob acusação de homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual, além de lesão corporal grave.
A decisão, obtida pelo A10+, foi tomada após o MP-PI interpor Recurso em Sentido Estrito contra a sentença da juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina, que havia desclassificado os crimes para homicídio culposo na direção de veículo automotor, o que transferiria o caso para a Vara Criminal comum.
Após a noticia, a irmã de Marly Ribeiro denunciou novamente a falta de apoio financeiro às famílias, especialmente à filha de Kassandra de Sousa Oliveira, que ficou com sequelas graves.
"Até hoje não recebemos nada. Tem 10 meses que minha irmã faleceu e até hoje não recebemos nenhuma quantia. Pra filha da Kassandra [segunda vítima fatal do acidente] teve um valor que depositaram depois dele estar nas redes sociais dizendo que está ajudando as famílias. Ele foi desmascarado e mandaram o valor de 1000 reais. Em julho foi lançado uma rifa solidária e arrecadado mais 1000 reais. Só foram esses dois valores que chegaram pra filha da Kassandra, que ainda hoje está sem caminhar, sem falar, está invalida", contou.
Após 10 meses, a família de Kassandra afirma que recebeu apenas R$ 1 mil de ajuda de Lokinho. A pequena Maria Suelly Oliveira, de 11 anos, uma das vítimas do acidente provocado pelo influenciador Lokinho e seu ex-companheiro, ainda luta para se recuperar das sequelas deixadas. Mesmo com a Justiça tendo determinado o pagamento de uma pensão para a criança e a irmã dela, a família segue sem receber os valores que custeariam o tratamento da menina. A realidade contrasta com as declarações dadas pela defesa dos dois, que afirmou que eles estariam prestando a assistência necessária.
À TV Antena 10, Francisco Pereira, avô de Suelly, contou que a família só recebeu uma ajuda no valor de R$ 1.072, mesmo com Lokinho promovendo uma vaquinha sob a justificativa de arrecadar recursos para ajudar a menina. Maria Suelly e a irmã também foram atropeladas no acidente que matou a mãe delas, Kassandra, e Marly.
Um ano após o ocorrido as famílias das vítimas continuam buscando justiça pelo caso e os direitos às indenizações.
Fonte: Portal A10+